Ao senhor Reginaldo Nascimento Santos (presidente da câmara de vereadores de São Cristóvão).
A Liga de Capoeira de São Cristóvão vem, por meio deste, manifestar sua indignação e repudiar as palavras proferidas pelo presidente da câmara de vereadores de São Cristóvão – SE. Dizer que é leviana e lamentável a forma como alguns representantes dessa casa quer macular a imagem do(a)s fazedore(a)s de cultura do município.
Também queremos tornar público o ocorrido na noite do dia 7 de maio de 2024. Nós, fazedores de cultura, fomos convidados a participar da sessão e apresentar a importância da lei n° 14.399, de 8 de julho de 2022. Elegemos como representante do nosso agrupamento o professor Wécio Grillo, pois sabíamos que a casa não comportaria o número de pessoas que estávamos levando no ônibus e transportes próprios à sessão na câmara.
Chegando à câmara de vereadores, nosso representante, assim como os demais representantes dos diversos setores da cultura do município, foi direcionado para uma sala de reuniões. No local, houve um questionamento do presidente da câmara sobre qual o motivo que havia levado os fazedores de cultura até aquela casa e após apresentada a demanda pelo senhor Antônio da Cruz (membro do Conselho Estadual de Cultura do Estado), o presidente da câmara argumentou que estavam todos acreditando em Fake News, que a não aprovação para dotação orçamentaria foi devido não constar na PL quais seriam os cidadãos de São Cristóvão que seriam beneficiados.
Naquele momento o senhor presidente tinha deixado claro total desconhecimento e despreparo para estar naquele diálogo, pois havia ignorado que as lideranças que estavam naquela sala eram: Thiane Araujo (representante do Escritório do MinC no estado), Antônio da Cruz (membro do Conselho de Cultura do estado), Wécio Grillo (representante da Liga de Capoeira de São Cristóvão), Tábata Machado (professora, artista e ativista social) John Eldon (artista, produtor cultural e ativista), Nivaldo Oliveira (artista e militante), Érica (cantora), Elma (diretora de Cultura da Fundação de Cultura e Turismo - FUNCTUR, Neto Astênio (técnico da FUNCTUR), duas representantes do artesanato local, Maria da Glória (Coordenadora da casa da Cultura popular e poetiza), Edicarla Soraia (escritora e membro da academia de letras) sem contar os mais de 100 manifestantes que estavam do lado de fora, também o fato de que a lei federal já determina que o recurso é destinado para os fazedores de cultura do município mediante edital ou formas semelhantes.
Questionado pela professora Tábata Machado se o mesmo havia lido a lei federal ou a cartilha que trata sobre a Lei PNAB, o presidente da câmara não deu resposta positiva e ainda apontou não ser necessário saber para poder votar, o que deixou todos espantados. Como votar ou não votar em algo que desconhece?
Após muito debate, os fazedores de cultura perceberem nitidamente que os vereadores que ali estavam, que haviam se recusado aprovar o projeto de Lei n° 003.2024, não tinham o mínimo de conhecimento sobre a lei federal e os trâmites que ela suscita, ficou acertado que no dia 10, às 18h, a representante do Minc em Sergipe iria até a câmara “dar aula sobre a lei PNAB”.
Do lado de fora, os fazedores de cultura em manifestação pacífica cultural se revezavam tocando instrumentos e cantando. A presença da polícia foi notada, mas ao chegar no local, só tinham gente tocando e cantando na frente da câmara, logo nem precisaram descer da viatura. Assim a manifestação cultural continuou até seu fim e dispersão, tudo foi devidamente filmado pelos fazedores de cultura, foi uma ação ordeira e bela. MAS NAS PALAVRAS DO PRESIDENTE DA CÂMARA E APOIO DE SEUS COLEGAS VEREADORES, COLOCARAM ESSA AÇÃO GENUÍNA E DEMOCRÁTICA COMO BAGUNÇA!
Na mesma noite, depois da ação dos fazedores de cultura, em caráter de urgência a PL n° 003.2024 foi votada e aprovada pelos vereadores. A pergunta, senhor presidente, é: se não foram movidos pela pressão popular, o que justifica a mudança do entendimento dos senhores vereadores? Os senhores leram o foram capazes de entender a lei em poucos minutos?
Para a população a pergunta é: sabemos que homens despreparados estão assinando favorável ou contrário a aprovação de leis que beneficiam o povo ou podem prejudicar? Que esses homens que não tiveram a decência de se permitirem ser informados e formados pela representante do MinC em Sergipe repentinamente aprovaram uma PL.
Nós da classe cultural solicitamos aos senhores um debate público para que munidos de suas atuações dos últimos 4 anos nós apresentem de que forma contribuíram com a cultura do município, fiscalizando as leis Aldir Blanc I, Paulo Gustavo e o entendimento dos senhores sobre a PNAB. Estamos aguardando a resposta do dia e horário o quanto antes.
2 comentários:
Enquanto São Cristóvão segue, Socorro fica engatinhando na cultura
boa noite! As eleições pode ajudar, mesmo não sendo suficiente..Grato pela participação..
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