Constituir princípios que contribuam para a valorização dos vínculos das pessoas com a natureza a fim de adiantar o fim do capitalismo
João Lorandi Demarchi - 3 de maio de 2024
SUSPENDENDO OS VALORES SOCIAIS
A pandemia metaforicamente foi um tsunami. Um mar muito bravo que revolveu e remexeu o mundo. O tsunami atingiu, de um jeito ou de outro, a todos e a todas. Não deixou ninguém ileso. Sua ressaca tragou tudo como se o destino de todo mundo fosse ser mar, como poetizou João Cabral de Melo Neto. A pandemia escancarou contradições sociais às quais tínhamos nos habituado.
Ailton Krenak (2020a), um dos melhores intérpretes do Brasil e da sociedade contemporâneos,[1] no esforço de compreender e dar a entender essa emergência sanitária e ambiental, disse que o vírus foi um jeito da nossa mãe, a Terra, chamar a atenção para o modo incorreto que temos vivido. Segundo o autor, de todos os seres vivos, o único que ficou ameaçado pela virulência do coronavírus fomos nós, os seres humanos. Esse dado deve ser destacado para demonstrar que se trata de uma reação da natureza ao sistema socioeconômico praticado hegemonicamente. Usando os termos de Davi Kopenawa, nós, “comedores do mundo”, enquanto sociedade capitalista e neoliberal, temos contribuído intransigentemente para a “queda do céu” (KOPENAWA; ALBERT, 2015).
Lilia Schwarcz (2020), na esteira da concepção desenvolvida pelo historiador Eric Hobsbawm (1995) sobre o “breve século XX”, defendeu, fundamentada em projeções de outros especialistas nas áreas biológicas e sociais, que essa pandemia iniciada em 2019 inaugurou o século XXI: o século das pandemias. Serão inúmeras pandemias provindas de zoonoses decorrentes do avanço desenfreado da civilização sobre a natureza.
A pandemia, portanto, explicitou os problemas do modelo socioeconômico hegemônico, chamando atenção para que refaçamos nossos pactos sociais. É insustentável permanecer do jeito que estamos e aceitar dobrar a meta do Acordo de Paris, que estabeleceu como limite o aumento de 2 ºC na temperatura média global. Passados cerca de dois anos do isolamento social, é preciso relembrar o chamamento que a pandemia oportunizou. Ela havia colocado em suspensão todos os compromissos, nossas subjetividades e nossos valores.
“O mundo está agora numa suspensão. E não sei se vamos sair dessa experiência da mesma maneira que entramos. É como um anzol nos puxando para a consciência. Um tranco para olharmos para o que realmente importa. Tem muita gente que suspendeu projetos e atividades. As pessoas acham que basta mudar o calendário. Quem está apenas adiando compromissos, como se tudo fosse voltar ao normal, está vivendo no passado. O futuro é aqui e agora, pode não haver o ano que vem.” (KRENAK, 2020a, posição 82)
Parece que, enquanto sociedade, ignoramos aquela “puxada à consciência” e seu convite para revermos nossos valores. Desde então temos seguido no réquiem capitalista que tem potencializado a desigualdade econômica, destruído o meio ambiente e esgarçado o tecido social.
Por isso, esse texto convida para um exercício reflexivo próximo àquilo que Friedrich Nietzsche chamou de “transvaloração de valores” (NIETZSCHE, 2005). Trata-se de um ensaio que pretende rever as concepções que fundamentam a sociedade. Retomando a suspeição de valores decorrente da pandemia, conforme alertado por Krenak, é preciso que os valores que fundamentam as noções de Progresso, Civilização, Ciência, Desenvolvimento, História, sociedade, economia, sucesso, tempo, entre outros, sejam refundados.
O modelo social hegemônico precisa ser transformado. O neoliberalismo, conforme analisado por Dardot & Laval (2016), fundou uma nova razão do mundo, instaurando a competição generalizada em que os sujeitos são disciplinados de maneira a serem empreendedores de si mesmos. É esse modelo que precisa ser revisto. O “não existe sociedade, só indivíduos”, vocalizado por Margaret Thatcher, revela a gravidade do esgarçamento do tecido social e a implosão do bem comum que precisam ser restaurados.
Como alertam os xamãs Krenak e Kopenawa a sociedade precisa ser revolucionada ao custo de a existência da humanidade estar ameaçada.
Para o exercício provocativo-reflexivo a que este texto se propõe, será apresentado de modo introdutório um panorama histórico da relação sociedade-natureza. Essas considerações têm como propósito evidenciar e problematizar algumas preconcepções, reposicionando determinados valores que possam subsidiar um novo pacto social-ambiental. A intenção é constituir alguns princípios que contribuam para a valorização dos vínculos das pessoas com a natureza a fim de, parafraseando Krenak, adiantar o fim do capitalismo.
CULTURA × NATUREZA
Como apresenta Philippe Descola, é muito comum concebermos a distinção entre natureza e cultura como se fossem coisas distintas e excludentes.
“É natural tudo que se produz sem a ação humana, aquilo que existiu antes do homem e que existirá depois dele, como os oceanos, as montanhas, a atmosfera e as florestas; é cultural tudo que é produzido pela ação humana, sejam objetos, ideias ou ainda certas coisas que estão a meio caminho entre os objetos e as ideias, aquilo que chamamos de instituições: um idioma, a Constituição francesa ou o sistema escolar, por exemplo.” (DESCOLA, 2016, p. 7)
No entanto, essa forma de distinguir o mundo não é universal tampouco inerente a todos os seres humanos. Muitos grupos sociais antes de nós perceberam e muitas pessoas contemporâneas a nós percebem a realidade de outra forma. Por isso, é possível historicizar essa visão de mundo, problematizar e transformá-la.
É sobretudo a sociedade burguesa e moderna que instaura uma mentalidade que, mais do que diferenciar, hierarquiza a humanidade e a natureza. Os interesses venais dos seres humanos e as possibilidades racionais foram organizados de modo a transformar os elementos naturais em recursos. Conhecer é poder. Dos renascentistas aos iluministas, culminando com a Revolução Industrial, a modernidade foi um processo de dominação e subjugação da natureza. A luz elétrica é uma grande metonímia desse processo: a noite foi sobrepujada para que a produção não fosse interrompida por causa da escuridão noturna (CRARY, 2016). O espírito do capitalismo visa o lucro, frequentemente desprezando os meios. O tempo é racionalizado e contabilizado em dinheiro.
Jean-Jacques Rousseau, na esteira da sua teorização sobre o “bom selvagem”, alertou para como esse modelo civilizatório racionalista distanciou o homem da natureza. Embora fosse um filósofo iluminista, ele se contrapôs à negação e à negatividade da natureza imbricadas a esse projeto racionalista e humanista. A modernidade alheou a cultura da natureza.
É como se as ações humanas independessem das condições naturais e qualquer adversidade do meio ambiente pudesse ser superada pelas invenções culturais. Da produção de alimentos às monções, da navegação transatlântica às doenças: todos os infortúnios derivados da natureza poderiam ser superados pelo gênio humano.
Mesmo os românticos do século XIX, que supostamente valorizaram a natureza, faziam essa deferência à medida que ela servia a um projeto de identidade, sobretudo nacional. A natureza valorizada era ou aquela que estava no passado e era tomada mitologicamente como marco de origem, ou era aquela idealizada que embora ainda persistisse havia sido controlada pelos inventos humanos.
Desses momentos até o século XXI a distinção/hierarquia entre a humanidade e a natureza se acentuou.
Se durante a Revolução Industrial o tempo natural passou a ser o tempo mecânico do relógio (THOMPSON, 1998), com as tecnologias da informação e comunicação o tempo parece ter sido suprimido. A supressão do tempo-espaço, principalmente com a massificação da internet, contribuiu para as pessoas se sentirem menos pertencentes à natureza. A instantaneidade e a imediaticidade, como sugerem as etimologias das palavras, parecem ter abolido o meio que separa as pessoas.
Esse arco temporal demonstra o aprofundamento do sentimento de estranhamento à natureza. Como, então, estabelecer qualquer vínculo afetivo com aquilo que é desprezado?
As notícias sobre aquecimento global, eventos climáticos extremos, derretimento do gelo, aumento do nível dos oceanos chegam às pessoas, estão por toda parte. Os escândalos existem, faltam os escandalizados. Se não é por falta de conhecimento, por que não há uma comoção massiva em torno da proteção ambiental como caso de vida ou morte?
Em primeiro lugar – sem seguir uma ordem de importância –, tanto as causas como as consequências da emergência ambiental são diluídas na sociedade. A triangulação criminoso-crime-vítima é indireta. É como um crime sem criminoso e (pasmem!) sem vítimas. E é nessa aparente incongruência que o negacionismo nada de braçada.
Em relação às causas: responsabilizar um país ou uma empresa pelo desastre ambiental do planeta parece absurdo. A parcela que ele ou ela tem nos prejuízos ambientais é relativa. Qualquer culpabilização parece ser insuficiente para banimentos ou punições, afinal, outros já fizeram mais e pior. Essa minimização aproxima-se do conceito de “banalidade do mal”, desenvolvido por Hannah Arendt (1999). Está ausente uma implicação subjetiva em relação às consequências ambientais de uma atividade econômica. Todo mundo quer proteger o meio ambiente. Todos estão apenas obedecendo às ordens do sistema capitalista, produzir e consumir, sem querer comprometer a natureza. No entanto, como a própria Arendt (2017) adverte em outro texto, o formato desse sistema burocrático que controla tudo e todos sem, contudo, possuir um rosto contribui para a desresponsabilização.
“Hoje devemos acrescentar a última forma de tal domínio, e talvez a mais terrível: a burocracia ou o domínio de um intricado sistema de departamentos no qual nenhum homem, nem o único nem o melhor, nem poucos nem muitos, pode ser considerado responsável, e que poderia perfeitamente ser chamado de domínio de Ninguém. (Se, de acordo com o pensamento político tradicional, identificamos a tirania como um governo que não tenciona prestar contas de si mesmo, o domínio de ninguém é o mais tirânico de todos, já que não há sequer alguém a quem se possa perguntar o que está sendo feito.” (ARENDT, 2017, p. 118)
A longa citação é pertinente para sugerir como é sensivelmente difícil responsabilizar pessoas especificamente pelas consequências nefastas ao meio ambiente por causa de suas atividades. Pelos crimes ambientais é mais fácil, apesar das manobras político-administrativas. Porém, considerando apenas as ações legais, elas ainda comprometem o equilíbrio ambiental. E é sobre elas que incide a maior dificuldade de responsabilização. Como Eichmann poderia interpelar: ele não só obedecia ordens, como também obedecia à lei.
Em relação às consequências: como é difícil vincular as vítimas à emergência ambiental. Quando chove torrencialmente em uma região e pessoas que construíram suas casas em encostas são mortas soterradas, ou quando aumenta o nível da maré como nunca havia antes a ponto de o mar carregar os pertences de pessoas que moravam sobre palafitas, ou ainda quando uma roça tem sua produtividade significativamente diminuída pelo calor excessivo comprometendo a nutrição de famílias; todos esses desajustes ambientais parecem ser circunstanciais, sem vinculação com uma causa mais global. Esses desastres são episódicos, acontecem em lugares diferentes e por eventos climáticos distintos, condições que acabam contribuindo para não ser estabelecida uma relação direta entre eles e a ação humana.
A essa diluição das responsabilidades e das consequências pode ser somada à falta de identificação com a natureza. Como foi mencionado, foram no mínimo quatrocentos anos de constituição de uma mentalidade que investiu para sobrepor as pessoas à natureza. A natureza foi sendo constituída ao longo do tempo como alheia à sociedade. A civilização seria um estágio mais avançado e, por isso, superado da natureza. Tudo o que remetia aos elementos naturais deveriam ser menosprezados porque eram menos sofisticados ou atrasados.
A falta de vínculo levou também a uma visão utilitária da natureza. A sua existência se justifica apenas enquanto serve como recurso para as pessoas. Nesse sentido, o “desencantamento do mundo” da modernidade resultou em um desrespeito ético pela manutenção da vida, em sua diversidade. O comprometimento do ecossistema só preocupa na medida em que prejudica o funcionamento “normal” das dinâmicas sociais. E nesse sentido, da mesma forma que outras adversidades apresentadas pela natureza foram contornadas pelos inventos humanos, os desajustes que têm comprometido a vida das pessoas serão igualmente superados por algum dispositivo tecnológico.
ALGUNS OUTROS VALORES
Em diálogo com o panorama apresentado, é preciso refundar os valores que sustentam o modelo social hegemônico. É preciso um novo pacto socioambiental que se afirme contra esse modelo capitalista. É preciso um novo humanismo que valorize a alteridade e os conhecimentos tradicionais.
Se, como foi demonstrado, a visão sobre a realidade foi constituída ao longo de séculos; claro está que não é com os apontamentos de algumas ideias que ela será revertida. Além disso, dado o esgarçamento do tecido social e a crise ambiental, as condições para o desmoronamento dessa estrutura de sociedade estão postas. É questão de tempo. Menos tempo do que podemos supor. A irreversibilidade da situação, o ponto de não retorno, já foi ultrapassado. Cabe-nos, portanto, apresentar duas ideias para adiantarmos o fim do capitalismo:
1) As culturas tradicionais possuem uma compreensão do tempo distinta da ocidental/moderna.
A concepção ocidental sobre o tempo provém da visão judaico-cristã e da racionalidade moderna. Nessas duas epistemologias o tempo é compreendido como linear e ascendente. Ele pode ainda ser dividido entre passado, presente e futuro. A sobreposição dos eventos faz com que alguns deles possam ser superados enquanto outros contribuem para a construção do porvir. Nesse caso, o acúmulo de bens e de experiências no passado ou no presente deverá ser mobilizado para garantir uma prosperidade no futuro.
Já as culturas tradicionais possuem uma noção de tempo bastante conflitante com essa. O mestre Nego Bispo, vocalizando uma sabedoria ancestral partilhada nos quilombos brasileiros, demonstra como sua visão do tempo se contrapõe à ocidental/moderna. Para ele, a circularidade é essencial à vida, à natureza e às pessoas. As coisas não são, elas estão. Esse movimento de transformação correlaciona tudo e todos.
“O nosso movimento é o movimento da transfluência. Transfluindo somos começo, meio e começo. […]
Já no sistema cosmológico, não há refluência. A água não reflui, ela transflui e, por transfluir, chega ao lugar de onde partiu, na circularidade. Ou seja, ela vai na correnteza, encontra outras águas, fortalece-se na correnteza, mas ao mesmo tempo evapora, percorre outro espaço, em forma de nuvem, e chove. A chuva vai para outros lados, mas também volta para as nascentes. As nascentes saem do Cerrado e vão confluindo. Confluindo e transfluindo, elas também evaporam e retornam em forma de chuva. Elas não vêm pelo mesmo percurso, caminho ou curso. Elas vêm na circularidade.” (SANTOS, 2023, p. 4950)
Essa compreensão circular do tempo é fundamental para um novo pacto social-ambiental. Ao se conceberem em constante transformação, as pessoas se reconectariam com o meio ambiente. Somos nosso meio ambiente. Confluímos na partilha de experiências e vivências com o que nos cerca para, na sequência, transfluirmos em outras formas. A compreensão circular do tempo é uma reconexão da cultura com a natureza. Essa compreensão poderia atualizar a máxima de Lavoisier: no mundo tudo se transflui.
2) Por fim, derivando dessa polêmica em relação ao tempo, está a própria compreensão sobre o significado da vida. Concebendo o tempo linearmente, a vida passa a ser um acúmulo e um constructo. Essa visão moderna/ocidental empobreceu a experiência do viver. A racionalidade do tempo, o controle dos desejos e o trabalho para o enriquecimento fizeram com que as pessoas deixassem de aproveitar o caminho. Elas estão sempre em busca de acumular e construir, como se a vida estivesse no final, na contemplação do que se conseguiu adquirir.
Entretanto, aqui também a sabedoria tradicional possui um contraponto pertinente para esse novo pacto social que prevê, sobretudo, a proteção da Terra. Krenak vocaliza uma alternativa comungada entre alguns grupos indígenas em relação à instrumentalização da vida para o enriquecimento pessoal.
“A vida é tão maravilhosa que a nossa mente tenta dar uma utilidade a ela, mas isso é uma besteira. A vida é fruição, é uma dança, só que uma dança cósmica, e a gente quer reduzi-la a uma coreografia ridícula e utilitária. […] Por que insistimos em transformar a vida em uma coisa útil? Nós temos que ter coragem de ser radicalmente vivos, e não ficar barganhando a sobrevivência. Se continuarmos comendo o planeta, vamos todos sobreviver por só mais um dia.” (KRENAK, 2020c, 108-109)
Perdendo a oportunidade de finalizar com uma citação tão poética e potente, só teço mais um comentário para sistematizar os valores que o Mestre Nego Bispo e Ailton Krenak apresentam e aqui são tomados como fundamentais para o novo humanismo.
Ambos se percebem como pertencentes à natureza. A vida humana pertence ao cosmos. As pessoas são parte de um todo muito maior. Essa compreensão da realidade leva não só a uma outra forma de lidar com a natureza, como também prima por outro pacto social. Se o capitalismo neoliberal, fundamentando-se em um tempo linear e na utilidade da vida, tem contribuído para o esgarçamento do tecido social e para a catástrofe ambiental, as concepções de Krenak e Nego Bispo são revolucionárias porque subvertem esses fundamentos e instauram uma nova forma de lidar com as pessoas, com a natureza e com a vida.
João Lorandi Demarchi é historiador e professor de história. Mestre em Geografia e doutorando em Educação na FEUSP.
Bibliografia
ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. Trad. José Rubens Siqueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
ARENDT, Hannah. Crises da república. Trad. José Volkmann. 3ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2017.
CRARY, Jonathan. 24/7 – Capitalismo tardio e os fins do sono. Trad. Joaquim Toledo Jr. São Paulo: Cosac Naify, 2014.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. Trad. Mariana Echalar. São Paulo: Boitempo, 2016.
DESCOLA, Philippe. Outras naturezas, outras culturas. Trad. Cecília Ciscato. São Paulo: Editora 34, 2016.
HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991). Trad. Marcos Santarrita. Rev. téc. Maria Célia Paoli. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. Trad. Beatriz Perrone-Moisés. Pref. Eduardo Viveiros de Castro. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
KRENAK, Ailton. O amanhã não está à venda. Companhia das Letras. Edição do Kindle, 2020a.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2020b.
KRENAK, Ailton. A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, 2020c.
NIETZSCHE, Friedrich. Além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro. Tradução, notas, e posfácio Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
SANTOS, Antônio Bispo. A terra dá, a terra quer. São Paulo: Ubu Editora/PISEAGRAMA, 2023.
SCHWARCZ, Lilia. Quando acaba o século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. (Breve Companhia – Ebook)
THOMPSON, Edward P. Costumes em comum. Estudos sobre a cultura popular tradicional. 1ª ed. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.
[1] A consideração de Krenak como um importante intérprete da sociedade brasileira é uma provocação ao cânone acadêmico que conferiu esse reconhecimento apenas a determinados intelectuais da virada do século XX, principalmente a Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior. Considerar a contribuição reflexiva de Krenak como referência teórica faz parte de uma proposta mais ampla de valorizar a diversidade epistemológica para repensar o modelo social.
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