domingo, 26 de maio de 2024

Por causa do amor ao caminho autêntico do evangelho proposto por Jesus de Nazaré e atualizado pelo chamado do Papa Francisco, grupo da direita católica agride o representante do Conselho do Laicato de Aracaju na posse do novo arcebispo.

 Um Leigo/Liderança do CONAL - Conselho do Laicato da Arquidiocese de Aracaju foi agredido verbalmente por um grupo da direita católica ontem; 25 de maio,  na catedral, na posse do novo arcebispo de Aracaju... e depois veio um abaixo assinado virtual contrário ao CONAL-Aracaju. 

O discurso dele representando o CONAL incomodou demais por citar o Papa Francisco e falar em opção pelos pobres. Situação cada vez mais difícil na Igreja!!!

Este grupo da direita católica afirma que o CONAL-SE "utilizou-se de citações totalmente fora de contexto do Papa Francisco" , para, segundo eles "proferir um discurso de ódio contra o clero da referida arquidiocese de Aracaju."

Nenhuma pessoa ou entidade assina formalmente o abaixo-assinado,  o grupo se esconde na frase: CONAL NAO ME REPRESENTA.

Confira no video abaixo a fala do representante do CONAL-SE a partir de 2:50:40

POSSE CANÔNICA DE DOM JOSAFÁ MENEZES - ARQUIDIOCESE DE ARACAJU -CULTURA TV AO VIVO


Por outro lado,  não deixem também de assistir a brilhante e comovente fala proferida pelo Padre Anderson Gomes,  representando o clero de Aracaju naquilo que este tem de melhor. 2:32:50

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

PRONUNCIAMENTO DE APOIO AO CONSELHO NACIONAL DO LAICATO DO BRASIL NA ARQUIDIOCESE DE ARACAJU

Queridos irmãos e irmãs em Cristo,

Quero expressar meu apoio total ao presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil na Arquidiocese de Aracaju. Estamos juntos contra o clericalismo que ainda existe na igreja (usando "igreja" com "i" minúsculo para destacar a igualdade e combater o poder e o domínio, sinais do machismo, pois a capelinha do povoado tem a mesma dignidade que a catedral de Roma), tanto entre padres quanto entre leigos.

Eu exerci o ministério sacerdotal por um tempo, mas hoje estou casado, depois de receber a dispensa do Papa. Sinto a importância de combater o machismo em todas as formas. Na minha vida, tanto na família quanto na igreja, vi e vivi as consequências do machismo. Esse problema está enraizado nas nossas instituições e na nossa cultura. Hoje, luto para que essa atitude não afete minha relação com minha esposa, minhas enteadas e todas as mulheres ao meu redor. Cresci em uma cultura machista e essa luta é diária e pessoal.

O machismo muitas vezes anda junto com o clericalismo, pois ambos criam estruturas de poder que oprimem e distorcem a verdadeira essência do Evangelho. O Papa Francisco já falou muito sobre os problemas do clericalismo, dizendo que ele desfigura a igreja e escraviza o povo de Deus. O clericalismo cria uma atitude autoritária, longe dos ensinamentos de Jesus Cristo, e é nosso dever combater isso para restaurar a dignidade e a verdadeira essência da nossa comunidade eclesial. Como Simone de Beauvoir disse: "O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos."

Também é importante lembrar que muitas vezes os próprios leigos acabam se beneficiando do clericalismo. Mesmo sendo vistos como a parte mais fraca, alguns leigos mantêm essa estrutura de poder porque se acomodam. Essa visão clericalista não compromete, não engaja, e não incentiva a participação ativa dos leigos. Isso deixa a igreja inerte, onde o clero mantém o poder e os leigos permanecem passivos. Precisamos despertar para o fato de que, se o sacerdócio é serviço, a vida do batizado também deve ser. Tanto o clero quanto os leigos devem ser motivados pelo Espírito, que age através do sacramento do batismo.

O presidente do CONAL fez bem em aproveitar a posse do bispo, diante de toda a igreja reunida, para reforçar a importância de não sermos cúmplices dessas práticas opressoras, convidando toda a igreja a lutar contra elas. Foi o momento certo para fazer essa reivindicação, inspirado pelo que vemos em outras áreas, como no meio jurídico e nas forças policiais, onde a transparência e a mobilização popular são essenciais para combater injustiças.

Como batizados, nossa missão, como Povo de Deus, é trabalhar por uma igreja que seja realmente inclusiva, acolhedora e guiada pelo Evangelho. Precisamos promover uma igreja que não só pregue o amor e a justiça, mas que também viva esses valores em todas as suas ações e relações. Uma igreja onde todos, independentemente da posição hierárquica, tenham voz e possam contribuir para a construção do Reino de Deus.

Reafirmo meu compromisso com uma igreja sinodal, onde o diálogo, a participação e a igualdade de dignidade entre todos são princípios fundamentais. Devemos lutar contra qualquer forma de abuso e discriminação, promovendo uma comunidade que acolha e valorize cada pessoa.

Além disso, é importante lembrar que o Espírito Santo está sempre conosco, atualizando a presença de Cristo na igreja. Como o teólogo Yves Congar nos ensina, é o Espírito Santo que nos guia e renova nossa comunidade de fé. Patriarca Atenágoras também destaca que "sem o Espírito Santo, Deus está distante, o Cristo permanece no passado, o Evangelho uma letra morta, a igreja uma simples organização, a autoridade um poder, a missão uma propaganda, o culto um arcaísmo, e a ação moral uma ação de escravos." O Espírito traz presente o Ressuscitado à sua igreja e garante a ela a vida e a eficácia da missão. Precisamos estar abertos a ouvir o que o Espírito diz, pois Ele nos traz de volta ao verdadeiro caminho do Evangelho.

Assim, me uno ao presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil na Arquidiocese de Aracaju para declarar nosso compromisso conjunto na luta contra o clericalismo e o machismo. É nosso dever, como seguidores de Cristo, garantir que nossa igreja reflita verdadeiramente o amor, a justiça e a compaixão que são centrais à nossa fé.


Fraternalmente,


                             Geofredes Alves de Oliveira



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