Mídia NINJA
O grande cineasta brasileiro Toni Venturi morreu, na tarde de ontem (18/05), em São Sebastião, no litoral de São Paulo. Débora Duboc, esposa do diretor, confirmou ao G1 que Toni passou mal após uma caminhada.
“Eu estava na casa do meu irmão quando fiquei sabendo e corri para a praia. Quando cheguei, ele já estava na maca, entrando na ambulância. Tentaram reanimá-lo. E eu cantei o tempo todo para que ele ouvisse minha voz, se apegasse a isso, mas não deu”, relatou Débora.
A família informou ao jornal que o corpo de Toni será velado na Cinemateca Brasileiro, com horário ainda a ser definido.
Na trajetória profissional do cineasta, estão trabalhos como “Cobra-Cega”, “Latitude Zero”, “A Comédia Divina”, entre outros.
Amigos de Venturi prestaram homenagens ao cineasta. “Toni era cheio de vida, inquieto com o mundo e comprometido com o Brasil. Procurava dar sua contribuição na sua arte e defendendo entusiasticamente as causas que considerava relevantes. Sua morte é uma perda para o cinema e para o Brasil. Minha solidariedade e meu abraço afetuoso para a família e para os amigos e companheiros de luta”, escreveu o sociólogo, ambientalista e ex-ministro do MinC Juca Ferreira.
O Presidente Lula disse que Toni “sempre trabalhou por um cinema nacional forte, atuando para a organização e desenvolvimento do nosso setor audiovisual e por um Brasil democrático, com cultura, consciência social e solidariedade. Meus sentimentos e solidariedade para seus familiares, em especial sua esposa, Débora e filhos Theo e Otto, amigos, colegas e admiradores”.
Descanse em paz, Toni!
Adeus, Toni
/19/05/2024
Acordei hoje sob o abalo da notícia da morte do meu amigo Toni Venturi. Uma morte súbita, inexplicável. Ele nadava numa praia do litoral de São Paulo quando passou mal e não resistiu. Tinha apenas 68 anos. Ainda não sei mais detalhes, mas foi o suficiente para me deixar sem chão.
Toni era um ser humano caloroso, traço que transbordava na voz, nos gestos e na afabilidade. Ali estava alguém com quem eu contava para compartilhar o amor pelo cinema e pelas boas causas. Seu engajamento em favor da democracia e das pautas progressistas também nos unia. Meus encontros com ele e com sua linda esposa, a esplêndida atriz Débora Duboc, eram sempre amorosos e entusiasmados. Faziam um casal especial, ligados pela arte e por um afeto profundo.
Já éramos amigos quando fomos parceiros na série de programas Tirando do Baú, do Canal Brasil, em 2008. Toni assinava a direção geral, Jorge Furtado era o apresentador e eu fazia comentários críticos a respeito de filmes clássicos brasileiros. Rascunhamos outros projetos juntos, que infelizmente não saíram do papel.
Documentários brasileiríssimos
O cinema de Toni Venturi era tão afetuoso quanto ele. Logo com seu primeiro longa, venceu a competição brasileira do É Tudo Verdade. Era O Velho: A História de Luís Carlos Prestes, documentário definitivo sobre o líder comunista. A trajetória de vida do Cavaleiro da Esperança é revista desde o movimento tenentista, quando se deu o surgimento do mito nos idos de 1920, até sua participação na redemocratização do país. A abertura dos arquivos de Moscou lançou luz sobre fatos da nossa História que sempre estiveram envoltos nas brumas da dúvida e do desconhecimento. Leia aqui uma resenha do filme que publiquei no DVD da Programadora Brasil.
A questão da moradia em São Paulo ganhou de Venturi um documentário movido pelo engajamento e a solidariedade. Dia de Festa (2006), dirigido juntamente com Pablo Georgieff, acompanha os dias que antecederam e sucederam as sete ocupações simultâneas de prédios abandonados ocorridas em outubro de 2004 em São Paulo. São cenas de uma cidade em guerra, ocupada pela polícia e vista através do olhar sensível de quatro mulheres negras, coordenadoras do MSTC, movimento dos Sem-Teto.
Leia mais AQUI
Cineasta Toni Venturi morre aos 68 anos em SP
Diretor paulistano passou mal enquanto nadava em praia de São Sebastião. Ele produziu filmes como ‘Cabra-Cega’, ‘A Comédia Divina’ e ‘Dentro da Minha Pele’. Velório será nesta segunda (20), na Cinemateca Brasileira, na Zona Sul da capital paulista.
Documentário espetacular. Obrigada autor por criar a possibilidade de conhecer esta história.
@raimundodonascimentobatist2811
há 5 anos
O pior de tudo não é o Vocacional ter sido fechado pelo regime militar. Mas, nós brasileiros, passarmos ao largo do tempo (eu, por exemplo, que sou professor de filosofia a cerca de trinta anos) e nunca termos a oportunidade conhecer essa fantástica experiência educacional.
@feliperobertomartins9169
há 7 anos
O Brasil precisa do Vocacional novamente.
@danielmarighella9590
há 8 anos
Toni Venturi, sempre fazendo documentários maravilhosos. O herdeiro de Coutinho no cinema. Obrigado por mais esse filme.
@panavision11
há 13 anos
Para mim bastaram 4 anos, não mais que 4 anos, 4 belos anos! E minha vida teve sua trajetória profundamente alterada. Ginásio Vocacional, uma marca indelével que levarei comigo até o fim desta passagem por aqui. Obrigado, amigos que viveram comigo a melhor experiência de vida que jamais tive e que ajudaram a fazer do Vocacional a minha única e verdadeira escola. GVRC turma de 63
@Cleusa_usa
há 10 anos
Muitas saudades! Guardei muitas lembranças para pensar...
As vezes não acredito que a educação mudou tanto!
@feliperobertomartins9169
há 7 anos
Brilhante!!!
@sunungabr
há 13 anos
Depois que a ditadura fechou esse colégio, não consegui estudar em nenhum outro. Credito aos ditadores e a toda a corja que os apoiou o sepultamento do brasileiro, em todo o seu potencial, que foi enterrado junto com sua educação.
@Caabertoldo
há 10 anos
Me formei ano passado no O. Aranha e até hoje as pessoas lamentam o que aconteceu lá :/ queria ter vivido uma experiência escolar como essa...
@j.santos.4433
há 8 anos
Fui aluno do Vocacional Oswaldo Aranha cuja práxis educacional transformava o aluno em agente do próprio conhecimento. Esta era a diferença. A auto-avaliação, o trabalho em grupo, a leitura, as discussões e o currículo diferenciado construíram alunos livre pensadores. É isto. João Batista G. do Santos. Turma de 1970.
@lidiaferreira1191
há 8 anos
Sinto orgulho enorme de ter participado dessa experiência maravilhosa da educação brasileira. Hoje infelizmente ninguém consegue imaginar o que seria uma escola Estadual que tinha como objetivo nos tornar cidadãos conscientes e responsáveis por suas decisões....
Uma tristeza sem fim a partida do cineasta Toni Venturi
De Carlos Moreira Beto
Dentre os vários ótimos filmes do Toni Venturi , destaco o documentário "Vocacional – Uma aventura humana", pouco visto e conhecido. É um importante filme sobre o passado, presente e possíveis futuros da democracia e educação brasileira. Segue: Trailer, versão Resumida com 23 minutos, links da versão completa com 77 minutos, debate sobre o filme, com Toni Ventura, página do filme e etc
Assista! Divulgue! Debata!
Toni Venturi PRESENTE!
Vocacional - Uma Aventura Humana (Versão Resumida com 23 minutos)
https://www.youtube.com/watch?v=KcvCHCuXEUo&t=380s
Vocacional - Uma Aventura Humana ( Versão completa com 77 minutos )
GOOGLEPLAY
https://play.google.com/store/movies/details?id=pgdbtC5v3OY&pli=1
PRIMEVIDEO
https://www.primevideo.com/-/pt/detail/Vocacional---Uma-Aventura-Humana/0H7AU2IYBPDPPSIWP57RP1W4MD
TAMANDUA.TV
https://tamandua.tv.br/escolas/filme/?name=vocacional_uma_aventura_humana
https://tv.apple.com/br/movie/vocacional---uma-aventura-humana/umc.cmc.4newfa1l924nnum6tbzzsn9o3
Debate sobre o documentário Vocacional - Uma Aventura Humana
Com a participação do Cineasta Toni Venturi, Diretor do Filme.
https://www.youtube.com/watch?v=1NB7FZxdEwg
Mais informações sobre o filme:
https://cirandadefilmes.com.br/filmoteca/vocacional-uma-aventura-humana
Vocacional – Uma aventura humana
Documentário, Brasil, 2011, 77 min
O cineasta Toni Venturi revisita uma página emocionante e pouco conhecida da história da educação pública no Brasil: os colégios Vocacionais do estado de São Paulo que na década de 60 foram reprimidos pela ditadura militar. Concebidos por Maria Nilde Mascellani, uma das mais importantes pedagogas contemporâneas, tinham uma proposta à frente do seu tempo: fazer o aluno pensar, trabalhar em grupo e desenvolver a sensibilidade artística e habilidades técnicas.
Partindo do olhar pessoal do diretor, que participou desta experiência escolar, através do depoimento de vários ex-alunos e professores, o longa permite uma reflexão sobre os descaminhos a que o regime autoritário conduziu a educação no país. Ao olhar criticamente para o passado, contribui para a compreensão da precariedade do ensino público atual e seus desafios para o futuro.
Direção: Toni Venturi
Produção: Olhar Imaginário
Roteiro: Silvia Lohn, Toni Venturi e Vitor Alves Lopes
Fotografia: Flávio Murilo, José Garcia
Montagem: Vitor Alves Lopes
Música: BiD, Fábio Caramuru, Maurício Nacif e Josafá Veloso
FERNANDO HADDAD sobre Toni Venturi
"A perda de Toni Venturi é inestimável. Além de cineasta talentoso, Toni era um militante da cultura. A cidade de SP deve a ele, entre outros, a SPCine e a Film Commission, que transformaram São Paulo na capital do audiovisual. E o melhor, Toni era um ser humano extraordinário. Um beijo, meu querido amigo."
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Me sentindo consternado e agradecido pelo trabalho estético-politico-educativo, desenvolvido por Toni Venturi através do audiovisual.
No ano de 2017 fiz algumas sondagens acerca da possibilidade de trazer Toni Venturi a Sergipe por meio da Ação Cultural/Cineclube Realidade em parceria com o Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira e SINTESE, para exibição do filme sobre o Vocacional e debate com a participação do diretor, infelizmente não obtivemos sucesso. Cheguei a manter contato com Toni Venturi e ele foi bastante solicito colocando-se a disposição.
A motivação para fazer isso é na linha do "Vamos discutir educação emancipadora também com base no que deu e/ou que está dando certo." O que quer dizer, também uma maneira de fazer a critica ao modelo pedagógico e de gestão nas escolas pela Fundação Lemman e afins instalado na gestão pública por dentro das secretarias de educação e MEC. Uma maneira afirmativa e propositiva de realizar a critica.
Como entusiasta do sistema de ensino vocacional conseguimos realizar no período da pandemia live com um filho de professores do Vocacional e pesquisador do tema e uma liderança da associação de ex-alunos. Foi muito bom! Ainda podemos nos agrupar para trazê-los a Sergipe para exibir o filme e realizar uma grande conversa para mais de uma centena de professores e estudantes?
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