sexta-feira, 31 de maio de 2024

Marcha para qual Jesus?

 Carta do presidente Lula lida na Marcha para Jesus

Publicado em 30/05/2024 14h46 Atualizado em 30/05/2024 16h04

Ao Ilustríssimo Senhor Apóstolo Estevam Hernandez,

Receba minhas cordiais saudações.

É sempre uma honra e uma alegria receber o seu convite para participar da Marcha para Jesus. Quero expressar meu respeito e meu reconhecimento pela realização de mais uma edição deste evento, que reúne milhares de fiéis em um momento de fé, unidade e oração.  

Como cristão, sinto-me regozijado de ver a dimensão extraordinária que este evento tomou e o papel significativo que ele desempenha na vida de muitos brasileiros, promovendo valores de paz, fé, amor ao próximo e solidariedade.

Ver esse resultado só aumenta o orgulho que sinto de ter sancionado a Lei que criou este Dia Nacional da Marcha para Jesus, em 2009, ainda no meu segundo mandato como Presidente da República.

Uma das características mais formidáveis da Marcha é a capacidade de reunir fiéis de diferentes igrejas cristãs do Brasil e do mundo, sendo um evento aberto e de inclusão, que permite a participação de toda a população. Isso é uma demonstração inequívoca da prática daquilo que nos ensinou Jesus: ‘a comunhão’, que promove e fortalece os vínculos entre as pessoas. Conforme nos mandou Jesus: “amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem se amar uns aos outros. Se vocês tiverem amor uns para com os outros, todos reconhecerão que vocês são meus discípulos” (Jo 13,25-26).

Esse ensinamento é o que norteia o trabalho do nosso governo, que tem um foco muito preciso: união e reconstrução.

Temos o compromisso profundo, com todos os brasileiros, de construir um país mais justo e inclusivo. As ações do meu governo são desenvolvidas a partir dessa premissa e buscam promover uma vida digna à família brasileira.

E a Igreja desempenha um papel vital nesse compromisso, que se reflete na sua ação social e no suporte espiritual de seus fiéis. Por isso, acredito que, juntos, podemos fazer muito mais pelo bem-estar, a paz e a harmonia de nosso povo.

Tenho certeza de que a Marcha para Jesus de 2024 será, como nos anos anteriores, um evento abençoado, que renovará a esperança e a fé de todos os participantes.

Como, infelizmente, não consegui estar presente, pedi ao ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, que representasse a mim e ao governo.

Ele está honrado, como também estou.

Que Deus abençoe a todos.

Atenciosamente,

Luiz Inácio Lula da Silva

presidente da República Federativa do Brasil

https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/noticias/2024/05/carta-do-presidente-lula-lida-na-marcha-para-jesus

Estão fazendo comício em cima do nome Santíssimo de Jesus.
Blasfemos!
Ai de vós!


 LANÇAMENTO DA 
NOVA SÉRIE ORIGINAL ICL

EXTREMISMO RELIGIOSOO SEQUESTRO DA FÉ

EXIBIÇÃO DO 1º EPISÓDIO de mais uma produção inédita e original ICL com a participação do Pastor e Deputado Federal 
Henrique Vieira.
UM DOCUMENTÁRIO QUE VAI REVELAR A MANIPULAÇÃO DA EXTREMA DIREITA ATRAVÉS DA FÉ
Manipulação emocional e psicológica
MANIPULAÇÃO EMOCIONAL E PSICOLÓGICA
Líderes carismáticos e abuso de poder
LÍDERES CARISMÁTICOS E ABUSO DE PODER
Exploração financeira e materialismo
EXPLORAÇÃO FINANCEIRA E MATERIALISMO
SERIA MESMO EM NOME DE JESUS?
Através de um jornalismo investigativo, neste primeiro episódio, vamos explorar um dos um dos fenômenos mais complexos e preocupantes da atualidade:

A DOMINAÇÃO ESPIRITUAL
Ao desvendar os mecanismos de manipulação utilizados por líderes religiosos e políticos, "O sequestro da fé" expõe as táticas empregadas pelo conglomerado evangélico para subjugar e explorar os fieis.



Desde a intimidação emocional até a escancarada exploração financeira, você vai entender como a fé é utilizada como uma máquina de manipulação e lucro nas mãos daqueles que usam o nome de Deus em benefício próprio.

Quais são as consequências destas influências que, a cada dia, vem crescendo em nosso país?


2 de JUNHO às 20h (DOMINGO)
Inédito, Online e Gratuito
Com Henrique Vieira
Pastor e Deputado Federal
Para assistir o trailler e se inscrever para participar, clique no link abaixo.


quinta-feira, 30 de maio de 2024

FUNCAP, “Sergipe é o país do Forró” e só?

 O resultado da análise de mérito da Lei Paulo Gustavo (LPG) enfim saiu, porém com erros e falta de dados. Precisamos de transparência no resultado e celeridade para avançarmos nas próximas etapas do edital. Assim, solicitamos que a FUNCAP publique:

 - A notas anteriores (pré-recurso) e atuais no Mapa Cultural além das súmulas dos recursos (que foi a justificativa da demora em lançar os resultados);

- A lista de desclassificados;

- Informações sobre a mudança nas vagas para categoria “Cineclubes”;

- Resultado da categoria “Memória e Preservação”.

Créditos à fotografia: Hermann Matthias Görgen, 1981, do livro "Brazil: impressions and insight". Porto do Mato, Estância - SE.











Câmara Municipal realiza Audiência Pública para revitalização do centro de Aracaju. O blog da Cultura já sugeriu em postagem anterior a cultura como vetor dessa revitalização...

 

Centro histórico de Aracaju com vista da Rio Branco

A cultura como vetor para reviver o centro de Aracaju é caso de sucesso em grandes cidades do mundo,  e no Rio de Janeiro temos uma iniciativa que pode inspirar uma via de sustentabilidade para isso,  considerando o potencial da arte e da cultura para atrair moradores de Aracaju e de outras cidades para morar e/ou fazer compras e usufruir do centro da cidade em momentos de encontros e de lazer. 

Audiência Pública - Apresentação do Programa Reviver o Centro da Acese


sábado, 20 de abril de 2024

CORPUS CHRISTI & OUTROS CORPOS. ALÉM DO FERIADO. Romero Venâncio, Chico Alencar, Pe. Anderson Gomes & Marcelo Barros.

 

“Senhor, é mais fácil reconhecer a tua presença na hóstia consagrada do que nos milhares de irmãos e irmãs miseráveis que sofrem e penam pelas ruas e cortiços do mundo. Como poderemos passar pelas ruas, com o pão, sinal da tua presença para um mundo novo e de partilha, indiferentes aos adultos e crianças que jazem abandonados no chão?


Dá-nos a graça de adorar a tua presença no pão da Eucaristia, de modo que possamos te reconhecer e honrar em cada ser humano, especialmente nos irmãos e irmãs mais marginalizados”.


  - Dom Helder Câmara

CORPUS CHRISTI & OUTROS CORPOS. ALÉM DO FERIADO. Romero Venâncio

O dia litúrgico de "Corpus Christi" é um feriado no Brasil. Mesmo para quem não é religioso católico, esse feriado acaba tendo sua particular sacralidade. O descanso do Corpo. Nosso corpo tem limites. Não precisamos ser de alguma religião para sabermos dessa sabedoria.

Segundo os historiadores da Igreja, "Corpus Christi" foi celebrado pela primeira vez em 1247, na Diocese de Liége. Em seguida, o Papa Urbano IV instituiu a celebração numa bula publicada no dia em setembro de 1264. Em síntese, a solenidade de "Corpus Christi" significa então a festa do Corpo de Cristo. Internamente ao catolicismo, uma festa em memória da "Eucaristia", o pão-corpo de Cristo. Do século XIII europeu para cá, a festa continuou, intensificou-se, virou disputa interpretativa em grande parte da modernidade ocidental.

A festa do corpo de Cristo no Brasil ganhou uma dimensão popular interessante. Diversas cidades do país, têm o hábito de preparar tapetes para a procissão de "Corpus Christi" onde a tradição popular serve para expressar o amor e o carinho do povo católico e curiosos à presença de Jesus vivo na Eucaristia. A riqueza do catolicismo popular brasileiro sempre redefiniu e ressignificou os modelos tridentino e romanizado do catolicismo vivido pelas pessoas mais simples espalhadas no Brasil. 

Vivemos nas últimas décadas do catolicismo no Brasil uma "onda tradicionalista" que deseja a volta de uma tradição tridentina "iluminada" pelo Concílio Vaticano I e toda uma prática que beira ao anacronismo em pleno Século XXI. Atinge todas as idades dentro do catolicismo e tem crescido devido as redes digitais muito bem utilizadas individualmente ou em grupo. O tradicionalismo na Igreja Católica foi muito bem estudado pelo professor de ciências da religião da PUC/SP João Décio Passos em seu: "A força do passado na fraqueza do presente" (Paulinas, 2020). Nem precisa dizer que o Papa Francisco e o Concílio Vaticano II viraram o alvo de críticas ferrenhas dessa gente. A festa de "Corpus Christi" em todo esse tradicionalismo, fica reduzida a celebração solene da eucarística e uma "adoração ao santíssimo" sem fim. Não passa de devocionalismo. O corpo de Cristo torna-se um "fetiche", uma "mistificação". 

O grande desafio teológico é pensar o "corpo de Cristo" em outros corpos e em dias atuais. O corpo humano em sua sacralidade aviltada representa o aviltamento do "corpo de Cristo". Corpos esmagados pelo trabalho brutalizado, corpos abandonado nas ruas, corpos juvenis sem sentido e perdido no hedonismo, corpos de tantos pobres condenados a fome num sistema produtor de mercadorias... Fazer do "corpo de Cristo" um corpo que traga esperança a tantos/tantas desesperados num mundo sem transcendência, seria uma evangelização necessária de uma "Igreja em saída". 

Uma frase de um filósofo contemporâneo que pode nos fazer pensar mais fundo sobre a "festa do Corpus Christi" em nossos dias:

"O capitalismo, em contrapartida, faz da própria festa mercadoria. A festa se transforma em eventos e espetáculos. Carecem de repouso contemplativo" (Byung-Chul Han. In: "Vita contemplativa. Ou sobre a inatividade". Vozes, 2023).

O filósofo Sul-coreano/alemão nos faz entender toda festa como descanso do corpo. Alegria do corpo não reduzido a uma lógica mercantil. Cabe a todos/todas interessados numa "festa de Corpus Christi" entender que esse "corpo/Cristo" não pode ficar internado num devocionalismo mecânico inócuo. O corpo-Cristo tem que ser um corpo que fala fundo a outros corpos.  O corpo que sofreu implacavelmente, também ressuscitou. 

Romero Venâncio (UFS)


CORPUS CHRISTI, CORPO DE DEUS: NOSSOS CORPOS E O DA TERRA. Chico Alencar

É bonito ver aqueles cada vez mais raros tapetes de serragem, areia e cores nas ruas de algumas cidades, celebrando "o cálix bento e a hóstia consagrada".
O pão e o vinho, que Jesus consagrou e compartilhou. Germinação do trigo e da videira. Que, pelo trabalho humano, transformou-se em alimento e bebida. No próprio corpo torturado e redivivo do Cristo: que símbolo potente! (Marcos 14, 12-16, 22-26).
Corpus Christi é a festa dos elementos, de tudo o que nos constitui. Somos as dádivas que comemos, que respiramos, que enxergamos. Somos as partículas fisico-químicas presentes nos corpos estelares, nos vegetais, nos minerais, em tudo o que pulsa. Em nós: "tudo o que move é sagrado".
Corpus Christi é um chamado para "enxergar o mundo num grão de areia/ e o céu numa flor do campo./ Segurar o infinito na palma da mão/ e a eternidade numa hora" (William Blake, 1757-1827).
Corpus Christi é sim um "habeas corpus": o planeta liberto e bem tratado na hóstia consagrada. E ela, comungada, nos livrando das angústias, das ansiedades, das culpas. Resgatando corpos feridos - os nossos, estressados, intoxicados pelo consumismo ou agredidos pela injustiça; os do planeta exaurido.
Esse feriado, cujo significado poucos conhecem ou querem saber, é a celebração da integridade da Criação. Antídoto às continuadas iniciativas dos egos inflados, das ganâncias insaciáveis e sugadoras, da força corrosiva da grana, da exploração de poderes autocráticos, das guerras genocidas.
A energia amorosa presente na natureza (às vezes revoltada!), simbolizadas no pão e no vinho enfim repartidos, triunfará!
Cuidemos, comunguemos, congreguemos, reintegremos!

A epifania do corpo.  Pe.  Anderson Gomes

Portinari - Criança morta, 1944

 A cultura atual banaliza e reduz o corpo humano a um objeto que pode ser desfeito, queimado, violentando sem piedade. O desafio é encontrar o sentido do nosso corpo nesses corpos desfeitos que são parte de nós. Ecoa as palavras de Grada Kilomba, voz original: um corpo sem cárceres nestes dias de violência. Existe dentro de nós forças violentas que nos habitam. 

Nossos corpos são colonizados, consumação nua e crua da banalidade do mal de Hannah Arendt. Como celebrar a festa do Corpo e Sangue de Cristo nessa hora da vida? Com tanta fome, tanta desnutrição, tantos corpos jogados pelo caminho? O mundo é Monte das Oliveiras que Ele caminha, pleno e ferido de Amor. A ferida é epifania que nos chama a não nos conformarmos com a psicologia invertida da nossa caminhada rumo ao Céu. 

É fácil observar que nesta hora o Maná que o Deus da vida derrama sobre nós são os corpos inocentes que morrem fugindo das suas pátrias, são os humildes que buscam suas cirurgias e com corpos jogados nos hospitais públicos, eles aguardam em lágrimas a cirurgia tão esperada que há meses não consegue. Hoje uma mãe se aproximou do meu corpo e se derramava em lágrimas e Jesus na custódia chorava e o silêncio que rasgou a tarde da sexta santa bradava nesta manhã. O véu do santuário se rasgou. Os corpos são enterrados sem dignidade, buracos são cavados para jogarem os excluídos desse mundo. Os cristãos desaprenderam a veste da hospitalidade. Fomos mal educados no cuidado com nosso corpo, talvez nossa herança que atrofiou os nossos sentidos nos ajudou a gerar jovens bélicos, políticos sem alma e sem civilidade. 

Neste dia de Corpus Christi não basta uma fé intelectual, autoafirmativa e desprovida de gestos de lava-pés. Falta-nos liturgia belas, simples e profundas. O rigor formal do gesto no rito é sempre vazio, ritual no cristianismo é mergulho na fonte, a liturgia não é um colete de forças que nos sufoca. Rezo essa espiritualidade banal que faz colônias de corpos que perderam o gosto da partilha, a educação se tornou uma violência dita civilizada que afasta os sedentos e os corpos feridos. Volto a Grada com sua potente voz, quase inaudível e que cura nosso corpo cansado e sem rumo. Cura os genocidas de todos os tempos, desde aqueles que bateram no Corpo de Jesus inocente e manso. 

No início do século XXI temos uma das piores gerações (pior como não abertura ao vir a ser em Cristo, Corpo Inteiro), vozes que sufocam o mundo com seus gritos covardes e de guerra. Violência e manipulação não combinam com Jesus de Nazaré, Corpo inquebrantável, Sudário do mundo ensanguentado. Envergonha ver homens e mulheres que fazem fortunas com o nome pobrezinho, Jesus, Aquele que salva. Nosso mundo carece de pão e corpos saudáveis. Precisamos reencontrar o caminho do Corpo de Jesus. 

O Brasil caminha para se tornar uma Gaza e isso se sinaliza em muitas instâncias da sociedade civil e religiosa. Fermento velho é dominação. Fermento novo é Vida e Corpo que se reparte. O fermento da Eucaristia é inclusão e comunhão com todas as mesas e que nossas mesas não sejam colônias de antropofagia. Que nossos corpos descansem e ressuscitem. Meditemos: "25 Em verdade vos digo, não beberei mais do fruto da videira, até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus". 26 Depois de terem cantado o hino, foram para o monte das Oliveiras." (Mc14). Vosso, Pe. Anderson Gomes


Antonio Cardoso em: a Canção e a Prece – "Se calarem a voz dos profetas”

Antonio Cardoso em: a Canção e a Prece. O cantor, compositor e catequista está presente no Programa Brasileiro da Rádio Vaticano todos os domingos com o espaço especial intitulado "A Canção e a Prece". No programa de hoje: Jesus transforma nossas vidas...

Vatican News

Incomodo de ver, especialmente para aqueles que não se deram conta ainda da grande transformação que Jesus faz em nossas vidas. A sua entrada em Jerusalém dá bem a medida daqueles que fazem festa, gritam “Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor, paz na Terra e glória nas alturas”. Com certeza esses têm um olhar, um olhar de quem quer se comprometer com o irmão, de quem vive compromissado com uma comunhão...

"SE CALAREM A VOZ DOS PROFETAS" Autora: Cecília Vaz Castilhos. Ouça AQUI,  AQUI e AQUI. 




Desafios da Eucaristia Hoje - Mc 14,12-16.22-26 (Ano B) por Irmão Marcelo Barros

Na festa de Corpus Christi de 1967, eu era jovem monge e fui participar e até ajudar a missa que o arcebispo Dom Helder Camara celebraria na Concatedral no centro do Recife. Ao chegar na sacristia da Igreja, poucos minutos antes da missa, alguém me falou que o arcebispo parecia doente ou não estava se sentindo bem. Ele parecia visivelmente abatido. Um dos padres foi lhe perguntar se precisava de alguma coisa. A surpresa foi o arcebispo falar em voz alta, para todos que estavam ali escutarem:

— Sim, eu estou angustiado, porque vou repetir as palavras de Jesus na última ceia. Depois dessa missa, vamos sair pelas ruas da cidade em procissão com a hóstia consagrada. Vamos ver muitas pessoas se ajoelhando e se prostrando diante da reserva eucarística. No entanto, essas mesmas pessoas que adoram o Cristo no ostensório dourado, ignoram totalmente a multidão de crianças e adultos, abandonados à própria sorte pelas ruas, jogados como se fossem lixo. O que significa adorar o Cristo, presente na hóstia, se não se reconhece a presença do Cristo nos irmãos abandonados e vítimas da pobreza injusta de nossa sociedade?

Alguém lembrou o refrão de um dos cânticos de uma antiga Campanha da Fraternidade:

O pão da vida, a comunhão,

Nos une a Cristo e aos irmãos.

E nos ensina a abrir as mãos

Para partir, repartir o pão...”

A pessoa que não frequenta Igreja entrou pela porta de uma paróquia na hora da comunhão e estranhou a diferença gritante entre o que esse cântico expressa e a atitude das pessoas que o cantavam. Elas se punham em fila de uma a uma ou de duas a duas. Cabeça baixa e fisionomia contrita, recebiam do padre o pão consagrado. Nenhum sinal de comunidade ou partilha. Nenhuma expressão de comunhão fraterna.

A quem estranha que seja assim, pode-se responder que o cântico veio da Campanha da Fraternidade e de uma visão de Igreja do pós-concílio no Brasil. O rito eucarístico atual na missa, não. O modo como os fiéis recebem, hoje, a comunhão eucarística evoluiu em relação a outras épocas. Já não há mais véu para as mulheres e a maioria não se ajoelha mais para receber a comunhão e nem estende a língua para receber a hóstia. No entanto, mesmo com essas mudanças, a comunhão eucarística ainda não expressa o caráter de assembleia e koinonia (comunhão participativa e igualitária) que seria o espírito da comunhão que esse canto expressa.

Em nossos tempos, mais de 50 anos depois do Concílio Vaticano II, seria importante criar em nossas comunidades uma nova cultura com relação a isso. O que está por trás dessa preocupação não é apenas uma questão de modismo, ou mesmo de uma mera estratégia pastoral – ou metodológica – de agradar aos fiéis mais jovens e mais críticos. É muito mais importante. Trata-se de ser coerente com um dos princípios fundamentais do Concílio Vaticano II: cada comunidade, ao reunir-se para celebrar, deve manifestar plenamente o seu caráter de Igreja.

O Que Significa Isso?

A celebração da Eucaristia deveria ser sinal (sacramento) do modo de ser e de agir da Igreja: assembleia do povo de Deus reunido na unidade divina, na comunhão do Cristo e pela força do Espírito. Cada comunidade pode concretizar isso do seu modo, no seu estilo, de acordo com a sua realidade cultural e sua vocação própria.

No século III, o imperador Diocleciano avisou a uma comunidade cristã de Abilene, no norte da África, que não os perseguiria e eles não seriam condenados à morte se desistissem de celebrar a eucaristia nas vigílias do domingo. Eles responderam ao imperador com uma carta que está transcrita até hoje nos documentos da Patrística: “Sem a eucaristia dominical, não podemos viver”.

No século XIII, São Francisco de Assis, em carta endereçada a toda a sua ordem, chamou a Eucaristia de “a humildade de Deus”. Ali, ele dizia que a humildade de Deus deve tornar humildes aqueles que a celebram e deve ser força e esperança para os humildes da terra (Enzo Bianchi, p. 138).

“Crer no Cristo presente na eucaristia e amar o próximo em cada pessoa humana é uma mesma e idêntica operação” (Maurice Bellet citado por Bianchi, p. 154).

Que essa realidade possa transparecer no nosso modo de celebrar a ceia de Jesus, tanto no rito da Missa, na Igreja Católica, assim como nas celebrações da Ceia do Senhor nas igrejas Evangélicas, como no estilo que damos à celebração.


Xavier Cutajar no facebook 

Igreja de São Judas Tadeu ,localizada no bairro Cristo Rei - Curitiba - Paraná.

Fizeram o tapete do dia Corpus Christi , em solidariedade aos desabrigados do Rio do Grande do Sul





quarta-feira, 29 de maio de 2024

Pelo direito de mentir! Quem votou a favor no congresso?

 

VOTO A VOto

Fake news liberada: como votou cada parlamentar na análise do veto de Bolsonaro que impede criminalização

Levantamento da Fórum mostra quem foram os deputados responsáveis por manter veto que impede criminalização de mentiras nas eleições; confira









NO GABINETE DO PRESIDENTE
 Frei Betto
 & Governo Lula não tem base no Congresso; corre risco de impeachment? Mauro Lopes e Rebeca Motta.

       Voltei a Brasília na terça, 7 de maio, para uma atividade de capacitação em pedagogia de agentes qualificados dos Institutos Federais, que participam de programa em convênio com a Secretaria de Economia Solidária, dirigida por meu fraterno amigo Gilberto Carvalho. 
          À noite, no Espaço Itaú de Cinema, houve apresentação do documentário “A cabeça pensa onde os pés pisam – Frei Betto e a educação popular”, dirigido por Evanize Sydow e Américo Freire. Na sala repleta se encontravam o ministro Flávio Dino, do STF; o embaixador de Cuba, Adolfo Curbelo; o senador Randolfe Rodrigues; Gilberto Carvalho; e vários deputados federais, entre inúmeros amigos e amigas. 
          Na manhã seguinte, 8/5, Lula me recebeu às 9h em seu gabinete. Não nos víamos desde setembro. Está bem-disposto, embora preocupado com a tragédia socioambiental que aflige a população do Rio Grande do Sul, em socorro da qual o governo federal não tem poupado esforços e recursos.

         Lembrei-lhe do Grupo do Mé. Nas décadas de 1980 e 1990, quando ele atuava no movimento sindical, reuníamos periodicamente um grupo de líderes sindicais, entre os quais Olívio Dutra, Jacó Bittar, Devanir Ribeiro, Djalma Bom, e também Luiz Eduardo Greenhalgh e Paulo Vannuchi, para fazer um balanço crítico de nossa militância. Foi a deixa para eu me sentir à vontade ali no gabinete presidencial e expressar minha avaliação da conjuntura.

          Referi-me ao fiasco da concentração promovida na capital paulista pelas centrais sindicais no 1º de Maio. Lula não disfarçou sua decepção. A seu ver, as centrais perderam a capacidade de mobilizar os trabalhadores, inclusive pelas vias digitais. É inexpressivo o número de trabalhadores que seguem suas lideranças sindicais nas redes. Contudo, elogiou o desemprenho de Moisés Selerges à frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. 
          Ressaltou que o momento exige uma sintonia mais fina entre governo e movimentos sociais. São vários os ministérios e as secretarias voltados a este objetivo, como Secretaria Geral, Direitos Humanos, Mulher, Povos Indígenas, Igualdade Racial etc. A orquestra precisa estar mais afinada. 

          Salientei que a comunicação e a mobilização requerem ações articuladas entre os ministérios, Secretaria Geral, Secom, Educação e Cultura. 
         Abordei ainda a cooperação do Brasil – que figura entre os cinco maiores produtores de alimentos do mundo – com países que enfrentam escassez alimentar. Lula não apenas concordou, como acionou o telefone, à minha frente, para determinar providências efetivas. 
          Contei que nas bases populares, meu campo prioritário de trabalho, sempre indago que avaliação fazem do governo federal. Em geral, ressaltam que Lula governa com duas tornozeleiras eletrônicas, uma em cada perna: o Banco Central, que insiste em favorecer a economia especulativa em detrimento da produtiva, e o Congresso Nacional, de tendência majoritariamente conservadora.

           Frisam ainda que as imagens predominantes do governo são, em 2023, as viagens de Lula ao exterior e, agora, sua presença junto à população gaúcha. Faltam mais ampla e didática informação sobre os avanços efetivos do governo, como a reforma tributária e o aumento do poder aquisitivo da população, bem como o atendimento à saúde. Em 2023, foram tirados do mapa da fome 13 milhões de brasileiros.

         Lula falou sobre sua próxima viagem ao Chile e a preocupação com o estado de saúde de nosso amigo José Mujica, ex-presidente do Uruguai. Esta uma característica de Lula: apesar dos múltiplos fatores inquietantes das conjunturas nacional e internacional, está sempre atento e interessado em seus amigos e familiares.

          Ao final, rogamos as bênçãos de Deus diante da bela imagem do Cristo barroco que Lula reintroduziu na parede de seu gabinete. 

Frei Betto é escritor, autor de “Jesus rebelde” (Vozes), entre outros livros. Livraria virtual: freibetto.org    

Assine e receba todos os artigos do autor: mhgpal@gmail.com






terça-feira, 28 de maio de 2024

O sonho dos padres conciliares e de Francisco na arquidiocese de Aracaju através das palavras do Pe.Anderson Gomes na posse de Dom Josafá Menezes como novo arcebispo de Aracaju.

A minha alma engrandece ao Senhor (Lc 1, 46)

Foto: Divulgação

Dom Josafá Menezes da Silva, desde já, se sinta acolhido e amado por todos nós que fazemos o Clero de Aracaju. Os sentimentos que perpassam nosso coração são de fé, afeto e gratidão a Deus que guia e sempre guiará a Sua Igreja, ainda Peregrina neste mundo e desejosa de se configurar ainda mais ao Seu Eterno Pastor e Mestre, Jesus. Ela, como uma Mãe fecunda, vive da Palavra do Filho que nos coloca em comunhão com o Pai no Pentecostes contínuo do Espírito Santo sobre todos que professam a fé em Cristo e na Igreja e que insiste em nos recriar e visitar através de Seu Amor e Benevolência, porque Eterna é Sua Misericórdia (Sl 135/136).

Foto: Gabriele Machado (@focaroalto) - Site da Arquidiocese de Aracaju

Neste 25 de Maio de 2024, Ano da Oração; envoltos pelo Jubileu da Esperança, recordamos em que momento da história eclesial o senhor chega para pastorear a nossa Igreja. Temos em voga o Sínodo convocado pelo Santo Padre sobre a Sinodalidade. E para não soar cansativo esse imperativo fecundo e de fé, evoco as palavras de Dom Paulo Jackson (Arcebispo de Olinda e Recife), que se remeteu aos seus diocesanos assim: “São João Crisóstomo afirmava “a Igreja é sínodo”. Ele não utilizava o adjetivo ‘sinodal’, mas o substantivo mesmo. Por isso, no discurso, por ocasião do 50º aniversário da instituição dos sínodos dos bispos, em 17 de outubro de 2015, o Papa Francisco afirmou: “o caminho da sinodalidade é o caminho que Deus deseja para Igreja do terceiro milênio”. O significado etimológico da palavra já nos dá algumas luzes: syn (mesmo, com, em companhia de, conjuntamente); hodós (caminho). Sóinodos significa, portanto, percorrer ou viajar conjuntamente por um mesmo caminho, caminhar juntos. Para nós, esse caminho é Jesus Cristo (Jo 14,6). Não sem motivo, os cristãos foram chamados ‘seguidores do Caminho’ (At 9, 2). A grande marca de quem decide caminhar com os outros é escutar-se mutuamente, escutar, escutar, e escutar de novo”. Eis o chão e eis o chamado da Igreja universal, de Roma para o mundo. Eis-nos aqui: escuta-nos Dom Josafá e envia-nos!

Ainda olhando para história humana e seus avanços, observamos que deveremos nos habilitar cada vez mais para dialogar com temas que tocam diretamente a ação evangelizadora da Igreja: crises nas democracias, crescimento das classes menos favorecidas, falta de dignidade humana e políticas públicas eficientes para minimizar as dores do povo, polarizações e disseminação de fake news que rasgam e ferem o tecido eclesial, o tema da inteligência artificial, a crise ecológica e ambiental nos interpela a todos nós que professamos a fé em Jesus Cristo, fundamentados na Revelação, na Tradição e no Magistério sem desconsiderar as ciências humanas e sociais precisamos dar respostas amadurecidas pelo Espirito Santo para nosso povo simples e humilde que nos procuram com falta de sentido para vida. Urge o Amor, Urge Amar, em Cristo!

Recebemos como um ato de fé vossa nomeação para esta Igreja Centenária de Aracaju, conduzida por Cristo na Sua história tão fecunda, marcada pela história do Povo de Deus que faz o Rosto Belo da Igreja nestas terras sergipanas, féis leigos e leigas, ministros ordenados, religiosos e jovens, todos peregrinos da Esperança, todos sedentos de um Amor Maior, daquele Rosto que Maria Madalena correu para encontrar na Manhã Pascal, recordemos: “…porque choras? perguntou Ele: Quem procuras? Ela pensava que fosse o jardineiro: se foste tu que o levaste, mostra-me onde o puseste que eu vou buscá-lo: Maria, disse Jesus…” (Jo 20, 15-16). Essa é a nossa busca, caro Dom Josafá: O Rosto do Belo Carpinteiro de Nazaré, Jesus nosso Senhor, Filho da Imaculada, tão querida ao senhor, patrona da vossa terra natal e da nossa Igreja Particular.

Queremos, enquanto clero, nos somar ao vosso Sim, ao sim de todos os crentes e ao sim da Mulher Bela e Missionária, Maria Imaculada, sim esse que a Igreja não se cansa de recorrer para partir apressadamente: “…Maria levantou-se e partiu apressadamente…” (Lc 1,39). A nossa partida, como a de Maria, deve ser espiritual, missionária e de fé.

Caro Dom Josafá, queremos exultar em Deus, nosso Salvador (Lc 1,46-55), vossas palavras, nesses últimos dias até esta noite, foram marianas e repletas de confiança nas mãos da Virgem que segurou e segura nas suas mãos ungidas, e, como naquele dia da sua ordenação episcopal, novamente ungi sua cabeça com o esplendor da Santidade do Filho! A Igreja precisa, em Maria, sempre redescobrir o Caminho de Fé. Eis o sentido do ministério na Igreja: servir, apenas servir...

Hoje, nosso coração se alegra em Deus, não por uma alegria qualquer, uma espera humana apenas. O Anjo que visitou Maria, em ti, Dom, nos visita e diz: Alegra-te, Filha de Sião, alegra-te Jerusalém, alegra-te, Igreja de Aracaju! Pois o Senhor olhou com humildade a sua Serva!

Em nossa Arquidiocese contamos com a presença fecunda de 129 padres diocesanos, 35 religiosos, 44 diáconos permanentes e 2 transitórios. Em nosso Seminário Propedêutico temos 10 jovens em discernimento vocacional e no Seminário Maior: 11 seminaristas na filosofia e 12 seminaristas na teologia, além das religiosas em diversas comunidades da nossa Arquidiocese.

Finalizo com um trecho da homilia intitulada ‘colocar os olhos na Graça Original’, do Cardeal José Tolentino: “por fim, Maria descobre neste encontro com o anjo que a sua vida está ao serviço de uma vida maior, de um projeto maior. Isto é, que a vida não começa e acaba nela, não começa e acaba nos sonhos que ela teve para a sua vida, nos desejos que ela teve, com certeza, no coração de jovem sonhadora que ela era. A vida não acaba no perímetro dos desejos e dos sonhos que ela fez de felicidade para a sua vida. Mas o Senhor chama-a a colocar-se ao serviço de uma felicidade maior, imprevista, com a qual ela não tinha nunca sonhado, nem poderia sonhar. Mas o Senhor diz: “Olha, a tua vida é para servir uma vida maior, para servir uma coisa maior.” E Maria diz: ”Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua palavra…”.

Dom Josafá, Prega a Palavra! És o nosso amado Pastor. Em orações estamos e em vigília orante ficaremos, acolhemos o senhor como um peregrino mariano que vem das Terras da Bahia em Conquista e entrará na cidade de Aracaju como 5º Arcebispo Metropolitano. Nossas mãos ungidas por misericórdia, estão estendidas para servir, colaborar e cuidar da sua vida e ministério.

Sua bênção e seja Bem-vindo! Vosso, Pe, Anderson Gomes da Silva (Representante Arquidiocesano do Clero)

 Aracaju, 25 de maio de 2024

A brilhante e comovente fala proferida pelo Padre Anderson Gomes,  representando o clero de Aracaju naquilo que este tem de melhor. Confira como foi ao vivo no dia 25 de maio 

 Canta Francisco


MENSAGEM DO PAPA PAULO VI

NA CONCLUSÃO DO CONCÍLIO VATICANO II

AOS PADRES CONCILIARES

8 de Dezembro de 1965

Veneráveis Irmãos

Soou a hora da partida e da dispersão. Dentro de momentos deixareis a assembleia conciliar para irdes ao encontro da humanidade e lhe levardes a boa nova do Evangelho de Cristo e da renovação da sua Igreja, para o qual trabalhámos juntos durante quatro anos.

Este é um momento único, momento de um significado e riqueza incomparáveis. Neste encontro universal, neste ponto privilegiado do tempo e do espaço, convergem simultaneamente o passado, o presente e o futuro. O passado, porque está aqui reunida a Igreja de Cristo, com a sua tradição, a sua história, os seus Concílios, os seus doutores e os seus santos. O presente, porque saímos de nós próprios para nos dirigirmos ao mundo actual, com as suas misérias, as suas dores, os seus pecados, mas também os seus empreendimentos prodigiosos, os seus valores e as suas virtudes. E por fim, o futuro, encontra-se representado no apelo imperioso dos povos a uma maior justiça, no seu deseje de paz, na sua sede consciente ou inconsciente duma vida mais alta: precisamente aquela que a Igreja de Cristo lhes pode e deseja dar.

De toda a parte do mundo parece-Nos ouvir elevar-se um imenso e confuso rumor: a interrogação de todos os que, olhando para o Concílio, nos perguntam com ansiedade: não tendes uma palavra para nos dizer? A nós, os governantes? A nós, os artistas? E a nós, as mulheres? A nós, jovens, a nós doentes e pobres?

Essas vozes implorantes não ficarão sem resposta. Foi para todas as categorias humanas que o Concílio trabalhou durante quatro anos, foi para todas elas que elaborou esta Constituição sobre a Igreja no mundo actual, que ontem promulgámos sob os entusiásticos aplausos da vossa assembleia.

Da nossa longa meditação sobre Cristo e a sua Igreja deve jorrar, neste instante, uma primeira palavra anunciadora de paz e salvação para as multidões. Antes de se dispersar, o Concílio quer traduzir em breves mensagens e em linguagem facilmente acessível a todos, a boa nova que tem para anunciar ao mundo e que alguns dos seus intérpretes mais autorizados desejam, entretanto, dirigir em vosso nome a toda a humanidade.

Gaudium et Spes

Gaudium et Spes ("Alegria e Esperança" em latimsobre a Igreja no mundo contemporâneo é a única constituição pastoral e a 4ª das constituições do Concílio Vaticano II.[1] Trata fundamentalmente das relações entre a Igreja Católica e o mundo onde ela está e atua.

Inicialmente, constituía o famoso "esquema 13", assim chamado por ser esse o lugar que ocupava na lista de documentos estabelecida em 1964. Teve diversas redações e muitas emendas, acabando por ser votada apenas na quarta e última sessão do Concílio. A última votação teve os seguintes resultados: 2309 placet; 75 non placet; 10 nulos.

Foi promulgada pelo Papa Paulo VI, no dia 7 de Dezembro de 1965, na 9ª sessão solene do Concílio.

Embora formada por duas partes, constitui um todo unitário. A primeira parte é mais doutrinária, tratando de vários temas eclesiológicos (muitos deles já debatidos na Lumen Gentium), tais como a missão de serviço ou o sacerdócio comum do Povo de Deus.[2] A segunda parte é fundamentalmente pastoral, centrando-se nos diversos problemas do mundo actual: "explosão demográfica, as injustiças sociais entre classes e entre povos e o perigo da guerra nuclear", entre outros problemas socias e económicos.

Esquema da Gaudium et Spes

Os números correspondem às secções indicadas no texto entre parêntesis.

  1. Proémio (1-3)
  2. Introdução: A condição do Homem no mundo actual (4-10)
  3. Primeira parte: A Igreja e a vocação do Homem (11-45)
    1. A dignidade da pessoa humana (12-22)
    2. A comunidade humana (23-32)
    3. A actividade humana no mundo (33-39)
    4. A função da Igreja no mundo actual (40-45)
  4. Segunda parte: Alguns problemas mais urgentes (46-93)
    1. A promoção da dignidade do matrimónio e da família (47-52)
    2. A conveniente promoção do progresso cultural (53-62)
      1. Condições da cultura do mundo actual (54-56)
      2. Alguns princípios para a conveniente promoção da cultura (57-59)
      3. Alguns deveres mais urgentes dos cristãos com relação à cultura (60-62)
    3. A vida económico-social (63-72)
      1. O desenvolvimento económico (64-66)
      2. Alguns princípios orientadores de toda a vida económico-social (67-72)
    4. A vida da comunidade política (73-76)
    5. A promoção da Paz e a Comunidade Internacional (77-93)
      1. Evitar a guerra (79-82)
      2. Construção da Comunidade Internacional (83-93)

Referências

  1.  As outras três são as constituições dogmáticas Sacrosanctum Concilium (sobre a sagrada liturgia), Dei Verbum (sobre a revelação divina) e Lumen Gentium (sobre a natureza e a constituição da Igreja).
  2.  "O Concílio Vaticano II" Arquivado em 19 de outubro de 2009, no Wayback Machine., do site Doutrina Católica

 CONSTITUIÇÃO PASTORAL GAUDIUM ET SPES. SOBRE A IGREJA NO MUNDO ACTUAL