“Betto”: Enrique Díaz será Frei Betto em filme sobre o teólogo e escritor brasileiro
A produção está planejada para ser filmada em Cuba e no Brasil
por
Vanderlei Tenório
8 de Maio de 2024
O ator Enrique Díaz foi escolhido para dar vida a Frei Betto em um filme que irá abordar a trajetória do escritor e teólogo. Com o título “Betto”, o filme será realizado pelo argentino Pablo Del Teso. A notícia foi divulgada por Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
Produção
A produção está planejada para ser filmada em Cuba e no Brasil. No mês passado, Díaz fez uma viagem ao país da América Central para gravar um teaser e dar início aos preparativos para o projecto.
O ator deverá regressar a Cuba em julho, altura em que as filmagens efetivamente começarão.
Cuba permeia a vida e obra de Frei Betto de forma profunda. Essa conexão se materializou, em 1985, na publicação do livro “Fidel e a Religião”, fruto de uma extensa entrevista concedida por Fidel Castro (1926-2016) ao frade dominicano brasileiro.
Betto e outros projectos
Com previsão de estreia para 2025, “Betto” promete ser um retrato da vida e obra do teólogo da libertação brasileiro.
Para além disso, ainda este ano, a produtora Mirar Lejos Filmes planeia lançar uma trilogia de documentários dedicados ao escritor, teólogo e ativista, todos sob a realização dos biógrafos Evanize Sydow e Américo Freire.
O primeiro filme desta trilogia, intitulado “A Cabeça Pensa Onde os Pés Pisam – Frei Betto e a Educação Popular”, teve a sua pré-estreia no mês passado, no Cinemark Pátio Paulista, em São Paulo, com a honra da presença do próprio Frei Betto.
O documentário adentra a vida ativa do frade dominicano, explorando desde o seu diálogo com o método de Paulo Freire até experiências peculiares, como a sua incursão pelo teatro como assistente de direção de Zé Celso Martinez Corrêa na montagem original de “O Rei da Vela”.
Ele também explora os seus ensinamentos em prisões, recorrendo a técnicas teatrais para envolver os reclusos, bem como o seu trabalho em comunidades desfavorecidas, fomentando a consciencialização social.
Frei Betto
Nascido em Belo Horizonte, Frei Betto teve um papel central na política brasileira, desafiando constantemente as estruturas de poder opressivas, especialmente durante os anos da ditadura militar (1964-1985).
A sua ligação com as comunidades populares, os movimentos sociais e a sua incansável defesa da educação popular tornaram-no uma figura emblemática não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina.
Autor de 74 livros, editados no Brasil e no exterior, Betto estudou jornalismo, antropologia, filosofia e teologia.
Betto foi laureado com o Jabuti em 1982, o mais prestigioso prémio literário do Brasil, concedido pela Câmara Brasileira do Livro, por seu livro de memórias “Batismo de Sangue”, o qual foi adaptado para o cinema em 2006 por Helvécio Ratton.
Em 1982, foi eleito Intelectual do Ano pelos escritores afiliados à União Brasileira de Escritores, que lhe atribuíram o Prémio Juca Pato pela sua obra “Fidel e a Religião”. O seu livro “A Noite em que Jesus Nasceu” recebeu o prémio de “Melhor Obra Infanto-Juvenil” de 1998, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte.
Em 2005, o júri da Câmara Brasileira do Livro premiou-o novamente, desta vez na categoria de Crónicas e Contos, pela obra “Típicos Tipos – Perfis Literários”.
Em 2011, o seu romance policial “Hotel Brasil” ficou entre os dez finalistas do Prémio Jabuti, ocupando o quinto lugar. Em 2012, o seu romance “Minas do Ouro” foi finalista do Prémio Portugal Telecom.
No campo cultural, Betto foi assistente de direção de José Celso Martinez Corrêa no Teatro Oficina, na primeira montagem da peça de Oswald de Andrade, “O Rei da Vela”, e crítico de teatro do jornal Folha da Tarde (1967/1968).
Política, Religião e Filmes: Conversando com Frei Betto e Evanize Martins Sydow
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