quarta-feira, 7 de agosto de 2024

ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2024 – ORIENTAÇÕES A PARTIR DE ALGUNS DOCUMENTOS DA IGREJA CATÓLICA

 


 Em outubro deste ano, acontecerão as eleições municipais em que escolheremos, entre os candidatos e candidatas, Prefeitos(as), vice-prefeitos(as) e Vereadores(as) de nossas cidades. A Igreja Católica, por meio de suas Pastorais Sociais e do Conselho de Leigos, deseja dar sua contribuição a todos os cidadãos e comunidades para que possam participar intensamente da campanha eleitoral, fundamentados na Doutrina Social da Igreja e nas orientações da CNBB.

 O objetivo destas orientações é ajudar os eleitores no discernimento do perfil ético e das verdadeiras motivações daqueles que se apresentam como candidatos. Os futuros eleitos de nossas cidades serão a “cabeça e o coração dos eleitores”, portanto, o cristão tem dupla responsabilidade nesta empreitada. Responsabilidade do bom uso da “razão” e da “fé”, das quais não pode negligenciar:

 “Ao negligenciar os seus deveres temporais, o cristão negligencia os seus deveres para o próximo e o próprio Deus e coloca em perigo a sua salvação eterna” (GS, 43).

 Passar horas diante do sacrário é tão importante quanto votar bem. Votar bem é tão importante quanto passar horas diante do sacrário. Deus não se agrada da religião que esconde a injustiça e nem ouve suas preces:

 “O Altíssimo não gosta das ofertas dos injustos... Como quem imola o filho na presença do próprio pai, assim é aquele que oferece sacrifícios com os bens dos pobres. Quem tira os meios de vida dos pobres é assassino” (Eclo 34, 18-22).

 A partir da consciência e da compreensão da Igreja sobre a política, pode-se deduzir que um cristão pode alcançar nela sua santificação. Basta que, por meio dela, favoreça a vida de todos; favoreça a construção do Reino; enfrente as injustiças sociais em sua raiz; não tenha medo da profecia e dos conflitos; esteja enraizado no lugar social dos pobres e excluídos; seja profundamente sensível à dor e às aspirações dos que sofrem; seja inteligente e eficaz na ação.

 O Catecismo da Igreja Católica diz que não usar as capacidades para transformar a realidade para melhor é homicídio: “Todo aquele que se der a práticas desonestas e mercantis que provoquem a fome e a morte dos seus irmãos de humanidade comete indiretamente um homicídio que é de sua responsabilidade” (CIC, 2269).

 A Igreja não pode deixar de chamar a atenção dos cristãos empenhados hoje na política sobre a exigência de coerência. As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil apontam como uma das cinco urgências na evangelização: ser uma “Igreja a serviço da vida plena para todos”. Reafirmar com clareza e firmeza o chamado à coerência entre fé e opção política é uma grande responsabilidade pastoral da Igreja. Ela não pode se calar, nem mesmo se tivesse de correr o risco de ser julgada partidária. A omissão diante de tal desafio será cobrada por Deus e pela história futura.

 Ao longo de sua história, a Igreja Católica no Brasil sempre teve presença significativa e atuante na vida do País. Inspirada e guiada pelo apelo radical do Evangelho, elaborou sua Doutrina Social e tem procurado dar sua contribuição para o bem comum. Exemplos disso são as Leis de iniciativa popular 9.840/1999, contra a corrupção eleitoral e a compra e venda de votos (voto não tem preço, tem consequências!), e a Lei 135/2010, conhecida como Lei da Ficha Limpa. Aos eleitores, cabe ficar de olhos abertos para a ficha dos candidatos(as), principalmente se é membro de uma família que tem pessoas “Ficha Suja” e, por isso, impedidos de se candidatar, colocam outra pessoa em seu lugar.

 As eleições de outubro serão uma excelente oportunidade para garantirmos vida com dignidade para todos. Participe de sua comunidade, Grupo, CEBs, Pastorais, Movimentos, Associação de Classes, Sindicatos etc. Estude e torne público e conhecido o conteúdo dos documentos da Igreja que tratam de política e eleições. Siga as orientações das Comunidades Paroquiais e das Regiões Pastorais que, por meio de seus Conselhos, assumiram apoiar pessoas historicamente engajadas nas Comunidades e Projetos que representam os anseios de uma sociedade justa e solidária. A construção de um mundo melhor precisa deixar de ser um sonho de poucos e passar a ser um compromisso de todos. A Igreja católica acredita que isso é possível.

 Pe. Leomar Antonio Montagna

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR

Pároco da paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi – PR

https://encantarapolitica.org.br/

Importância das Eleições Municipais: Comissão Dominicana de Justiça e Paz lança 3ª Edição do Pela Verdade na Política

Com as eleições municipais se aproximando, a Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil, parceira do Projeto Encantar a Política, anunciou o lançamento da 3ª edição do “PELA VERDADE NA POLÍTICA”. O objetivo é preparar e informar a população para o pleito que ocorrerá em menos de três meses.

O novo material apresenta uma série de pontos essenciais sobre a importância das eleições municipais, abordados em linguagem acessível e direta. A publicação visa alertar os eleitores sobre a necessidade de estar bem informados e vigilantes, evitando a influência de promessas enganosas e retórica superficial.

A Comissão destaca a relevância desta edição, ressaltando a necessidade de fortalecer a democracia conforme a profecia de Isaías, capítulo 54, que convoca a expansão da participação cidadã. A série de publicações começou em maio com um enfoque no combate ao fascismo e às fake news. Em junho, o tema foi a importância da democracia. A próxima edição, prevista para breve, terá como foco o

O material “PELA VERDADE NA POLÍTICA” pretende não apenas informar, mas também empoderar os eleitores para uma participação mais consciente e crítica nas próximas eleições.

Baixe clicando aqui






164º Programa Despertar com Justiça e Paz, nessa sexta-feira, dia 09 de agosto, às 8h da manhã (horário de Brasília).

🪔 Tema: Importância das Eleições Municipais de 2024

🧩 Convidado: Selvino Heck, do Movimento Nacional Fé e Política RS, dialoga com Daniel Seidel, secretário executivo da CBJP. 

📲 Acompanhe, divulgue para mais 12 pessoas e participe através do link:

https://youtube.com/live/RgWWTOprDl0  

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domingo, 7 de outubro de 2012

A Potência da CULTURA – ensaio com sugestões para programas de governo



Dez mandamentos do eleitor consciente
Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior - DCS- PUC-SP
(O Prof Fernando Altemeyer trabalhou diretamente com Dom Paulo Evaristo Arns. Isso diz muita coisa, não?
1. Gato escaldado tem medo de água fria.
Conheça o passado e a biografia do/a candidato/a e a trajetória do partido em defesa das causas populares, da justiça social contra a opressão dos pobres.
2. Dize-me com quem andas e te direi quem és.
Descubra as alianças do partido e seus projetos, a que classe social pertence, quais interesses defende, com quem está articulado e quem paga a candidatura.
3. Toda mentira tem perna curta.
Confronte a imagem e o discurso do candidato com a sua prática política no passado.
4. Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas.
Exercite a inteligência política votando em candidatos que defendam causas populares e preparando-se para os dois turnos das eleições, com coerência de valores e de um projeto político claro. Evite votar em mentirosos. Não vote por cabresto. Pense com a sua cabeça. Não seja marionete de pastores nem de outros. O voto tem consequências. Não seja um idiota útil.
5. Quem semeia vento colhe tempestades.
Analise os projetos do partido do/a candidato/a para o mandato que vai exercer como prefeito/a ou vereador/a e como propõe algo novo e sustentável. Suas propostas são transformadoras ou conservadoras? Defendem os pobres ou sugam a carne dos pobres para colocar na panela dos ricos? Como se articula em nível estadual e nacional?
6. Quem engorda o porco é o olho do dono.
Analise a campanha do candidato. Seus gastos. Qual é o seu slogan? Por que
escolheu tal programa e é membro de tal partido?
7. Uma andorinha só não faz verão.
Quem são os/as assessores do candidato? Que lutas enfrentaram na vida pública? Tem currículo junto aos movimentos sociais? Defendem os negros, as mulheres, os jovens, o povo das favelas, dos cortiços, os moradores de rua ou são fascistas e promovem a morte e a segregação.
8. Aquele que não quer quando pode não pode quando quer.
Como o/a candidato/a pretende agir na Prefeitura e na Câmara de Vereadores? Como será a participação popular da sociedade civil? Quais serão os canais de participação popular? Tem processos judiciais? Por quê? Quais?
9. Quando a esmola é muita, o santo desconfia.
As propostas do/a candidato/a são concretas ou promessas? No passado fez o que em favor dos pobres e vulneráveis?
10. Papagaio come milho, periquito leva a fama.
Até que ponto a eleição será um passo no avanço da luta das periferias em favor da dignidade humana? À serviço de que classe seu/sua candidato/a vive diariamente? Se defende ricos e burguesia nunca vai pensar e defender os pobres. Fique esperto. Não vote em demagogos e fascistas.

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