quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Os anos eram 2003, 2004 e 2005 (Anos de Fundação da Ação Cultural de Sergipe - Cultura Viva 20 anos)

2003 e 2004 - Nesse período, sem a personalidade jurídica Ação Cultural e atuando como Rede de Agentes Culturais do Conjunto Jardim e Rede do Programa de Valorização de Iniciativas Culturais (PROVAI), além de agentes culturais do Conj. Jardim acrescido principalmente de residentes nos bairros Santos Dumont e São Conrado (Aracaju) e Conj. Eduardo Gomes (São Cristóvão).

Agosto de 2003 – Realização do 2º Fórum de Políticas Públicas no Conjunto Jardim, município de Nossa Senhora do Socorro, com o tema: Arte e Cultura nos Rumos da Cidadania.

Programa gravado e exibido em 2004. no extinto programa "Sergipe Comunidade" da TV Sergipe, na fase inical do projeto Ecarte. A qual teve início em 2002 e se estendeu até 2005. A segunda fase aconteceu durante o ano de 2006. Desde 2007 o projeto deixou de ser realizado, embora as necessidades que provocaram a sua criação ainda continuem a existir. A Ação Cultural agradece a equipe do programa pelo carinho e atenção que sempre tiveram para com as iniciativas culturais realizadas ou apoiadas pela entidade.



A Ação Cultural foi criada em reunião realizada no dia 13 de agosto de 2004, na Casa da Cidadania, na Rua Maruim, 333, no centro de Aracaju. A entidade tem como missão e fim institucional criar condições e oportunidades para que crianças e jovens possam desenvolver plenamente o seu potencial como pessoas utilizando programas culturais com conscientização cidadã.

A entidade é composta por artistas e produtores culturais emergentes, além de educadores envolvidos com ação cultural de base comunitária.  Os esforços para criar uma entidade desse tipo, vêm desde o ano de 2002, no Conjunto Jardim, município de Socorro. No entanto, após diversas reuniões no local o projeto não logrou êxito. Esse mesmo esforço foi desenvolvido pelo grupo de jovens Conexão com a Vida, no bairro São Conrado e Orlando Dantas, durante o mesmo período, sem também obter sucesso.

Conheça o Conjunto Jardim por meio do documentário produzido por Fernanda Almeida que participou do Projeto Estatuto da Criança e do Adolescente com Arte (ECARTE) umas das fontes de criação para a Ação Cultural.

Conheça também pelo documentário Flores do Jardim. Um filme feito por todos os alunos da Oficina Inventar com a Diferença Cinema e Direitos Humanos. Escola Estadual Julia Teles. Município de Nossa Senhora do Socorro - Sergipe.


Vista panorâmica do Conjunto Jardim. (igreja católica ao fundo)2004

Grupo Artes em Dança, 2001

Vista panorâmica do Conjunto Jardim.



A criação da Ação Cultural em 2004 reuniu remanescentes dessas duas iniciativas e outros agentes culturais da periferia sujeitos de uma mobilização vitoriosa em torno da aprovação pela Câmara Municipal de Aracaju da Lei que cria o Programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI), que tem como objetivo apoiar financeiramente, por meio de subsídio, atividades artístico-culturais, realizadas principalmente por jovens de baixa renda e de regiões do município desprovidas de recursos e equipamentos culturais.

Como o esforço de mobilização envolveu diversos artistas individuais, representantes de grupos culturais e entidades, a articulação recebeu a denominação de Rede PROVAI e foram realizadas algumas iniciativas que estão incorporadas neste relatório (em virtude de uma parte dos diretores e sócios da Ação Cultural terem tomado parte nestas ações).

Com o esvaziamento das reuniões da Rede PROVAI o grupo dos agentes culturais “resistentes” resolve priorizar o fortalecimento da Ação Cultural.

1 – Viagens de intercâmbio e troca de experiências junto a entidades, fóruns de debates e conferências.
.Julho de 2003 – Viagem à Fortaleza para conhecer a experiência da Escola de Dança para a Integração Social da Criança e do Adolescente (Edisca) e Associação Curumins. Zezito, Cristiane e Sandra.

Agosto de 2003 – Viagem à Salvador para participação no Seminário Cultura para Todos, promovido pelo Ministério da Cultura. Zezito

Novembro de 2003 – Viagem a Recife para participar do Seminário de Preparação do Fórum Mundial de Cultura. Zezito, Edílson e Elian.

Dezembro de 2003 – Viagem a Recife para participar da I Conferência de Cultura da Cidade do Recife. Zezito

Junho/Julho de 2004 – Viagem a São Paulo para participar do Fórum Mundial de Cultura. Zezito

Novembro de 2004 – Viagem a Recife para participar do Fórum Social Nordestino. Zezito

Dezembro de 2004 – Viagem a Salvador para conhecer o trabalho do Centro de Referência Integral para Adolescentes. Zezito, Denisson e Marcos.

2 - Participação em eventos políticos para destacar a importância da atenção, apoio e incentivo ao protagonismo juvenil através das ações culturais.
Abril de 2004 - Apresentação do Programa VAI na tribuna livre da Câmara de Vereadores por Josenilsom Alexandre (Neném), do Grupo Conexão com a Vida.

Maio de 2004 - Participação nos debates da audiência pública que a Câmara Federal promoveu em Aracaju para recolher sugestões para a elaboração do Estatuto da Juventude. Zezito.

2003/2004 - Mobilização vitoriosa em torno da aprovação, pela Câmara Municipal de Aracaju, da Lei que cria o Programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI), que tem como objetivo apoiar financeiramente, por meio de subsídio, atividades artístico-culturais realizadas principalmente por jovens de baixa renda e de regiões do município desprovidas de recursos e equipamentos culturais.

Sobre o Programa VAI-Aracaju, para saber em detalhes clique abaixo:

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

3 - Realização de evento para visibilizar as iniciativas e realizações, os produtos e resultados de seus trabalhos e projetos, a relevância social dos artistas e grupos envolvidos na mobilização em torno na lei que institui o Programa VAI.
MAIO DE 2004 - MOSTRA ARTE E CIDADANIA NO TEATRO JUCA BARRETO.
Diversas empresas e pessoas foram contatadas e apoiaram a realização, os grupos mostraram o seu talento, foi formada uma equipe de colaboradores voluntários que contribuíram para o sucesso do evento, sendo a divulgação através dos cartazes, faixas e divulgação na imprensa bastante satisfatória.
O teatro Juca Barreto ficou lotado e todas as avaliações comprovam a qualidade do trabalho artístico e a competência da equipe de voluntários.

Apresentação do Grupo de Dança Ecarte na 1º Mostra Arte e Cidadania.




Setembro de 2004Realização do módulo I da Oficina de Elaboração e Gestão de Projetos Socioculturais, tendo como facilitador Álvaro Pantoja, do Centro Nordestino de Animação Popular do Recife-PE, com o patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil.



Um Jardim de Talentos

Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
26/2/2007 ·
Quem conhece os adolescentes e jovens do Conjunto Jardim, apesar do destaque dado pela imprensa ao envolvimento de alguns deles com assaltos e tráfico de drogas, sabe que a maioria gosta de dançar, fazer teatro, cantar e tocar algum instrumento musical.

Infelizmente, por encontrar poucos líderes e gestores sensíveis e conscientes da importância das ações artísticas e culturais, grande parte desiste e fica impossibilitada de ocupar o seu tempo livre com atividades voltadas para o próprio crescimento humano e social, comprovando o que disse o ministro o Ministro Gilberto Gil em discurso na câmara dos deputados no ano de 2004: “(...)Há muitas iniciativas culturais que nascem, e na maior parte das vezes morrem, nas periferias e no interior do nosso país, sem que o Brasil possa se dar conta de quanto talento é capaz o seu povo..”

Para evitar isso, atuando através do apoio e do estímulo às iniciativas culturais da “galera” foi criado, em 2002 (suspenso no final de 2004 e retomado no segundo semestre de 2006), o Projeto Ecarte (Educando com arte), fruto da parceria da ong Ação Cultural, Igreja Católica e Colégio Leão Magno, cujo objetivo é trazer profissionais para melhorar a qualidade artística dos trabalhos e divulgá-los através de mostras, festivais, vídeo-documentário, artigos e reportagens na mídia.

No ano de 2006 o projeto contou inicialmente com 70 adolescentes/jovens inscritos nas oficinas de teatro e dança mirim e juvenil, que foram acompanhadas respectivamente pelos instrutores Lázaro, Denisson, Welma e Cristiane.

O motivo principal que levou esses jovens a se inscreverem nas oficinas foi a necessidade de se quebrar a rotina, ajudar a perder o medo e a timidez, fazer novos amigos, conhecer outras pessoas e lugares.

Em termos de dificuldades, no caso do teatro, foi percebido que a maioria encontrou problemas em exercícios de improvisação, conforme relatou o instrutor Denisson. Segundo ele, mesmo mostrando bom desempenho nos exercícios dirigidos, na hora de contar histórias ou de improvisar cenas livres muitos deles se perdiam na hora de criar, mostrando excessiva dependência de um texto escrito ou da orientação de outro (a) para lhe dizer o que fazer.

No caso da dança, o problema são os modelos impostos através da cultura de massa. Por esse motivo a oficina de dança juvenil teve que ser suspensa porque não conseguiu ampliar a quantidade de inscritos devido à dificuldade de se assimilar a proposta de dança contemporânea que se apóia na improvisação, na consciência corporal, na dança popular, na dança de rua, na própria dança clássica, entre outros elementos, para sua expressividade.

Mesmo assim conseguimos chegar ao final e participar da II Mostra Arte e Cidadania, em 13 de janeiro, no Teatro Lourival Batista. A maioria dos que foram representando o Projeto Ecarte nunca tinha ido ao teatro e, segundo os membros do grupo Pop Dance e da Oficina de Teatro Mirim, apesar de terem ficado nervosos com a grande quantidade de pessoas, sentiram-se como gente famosa, como verdadeiras “flores”. Além disso, foram bem tratados pelos organizadores e por dançarinos e atores de outros grupos, recebendo elogios por causa de sua performance.

Como assessor pedagógico do Projeto Ecarte, constatei que os cinco meses de retomada dos trabalhos foram insuficientes para ajudar a diminuir ou reverter os problemas apontados pelo instrutor Denisson e pela instrutora Cristiane. Esses problemas são bastante semelhantes aos desafios apresentados no I Fórum Popular de Cultura, realizado em 2005 e que, entre outras sugestões, apontou a necessidade de ampliar o trabalho de conscientização da juventude na perspectiva de valorização da arte popular e de produzir com qualidade fortalecendo a identidade cultural de nosso povo para atingir uma população cuja mente está massificada pela cultura de consumo imediato (a pasteurização cultural).

Com a mudança de governo a expectativa de todos(as) que tomaram parte nas oficinas é de que mais recursos (financeiros, materiais e humanos) possam ser destinados para o projeto nos próximos anos, a fim de não comprometer os avanços e possibilitar a superação dos desafios e a ampliação da quantidade das pessoas beneficiadas.

Nessa perspectiva, propomos que as escolas da região façam um consórcio e destinem, cada uma, certa quantia em dinheiro, para que o projeto possa ter uma abrangência maior, e contrate profissionais da área artística bem qualificados. Quanto ao acompanhamento pedagógico, que também é primordial, as escolas podem liberar professores das salas de aula, de forma parcial ou integral, para se dedicarem à proposta, desde que tenham experiências em iniciativas artístico/culturais em escolas e/ou comunidades.

P.S.: O jornal Cinform, na edição 1198 de 27/03 a 02 de abril de 2006, publicou uma matéria intitulada "Conjunto Jardim tem violência que só perde para a Terra Dura" e publicou um box com as seguintes informações:
População: 15.725 habitantes; Local: a 10 quilometros da capital, pertence ao municipio de N. Sra. do Socorro, e faz parte da Grande Aracaju.
Segundo bairro nas estatisticas de homicidios (15 em 2005).
Ocorrência de muitos roubos a ônibus, tráfico de drogas, arrombamentos a residências e homicidios.
O padre Givanildo que é pároco e da comunidade, na mesma reportagem afirma: "Sempre há os que, por ociosidade ou falta de esperança, partem para a criminalidade, principalmente a juventude, que tem poucas perspectivas por aqui" (...)"Nossos jovens precisam de projetos educativos, que tragam esporte, cultura, aprendizagem profissional e lazer."

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Com arte e com afeto
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
3/8/2006 
Nas aldeias indígenas, as crianças e adolescentes são assumidos pelos adultos. Todos formam uma mistura de pai, tio, irmão mais velho ou primo. Lá o ditado “quem pariu Mateus, que o balance” não voga. Isso contribui para que não haja trombadinhas, mendicância, meninas prostituídas, problemas com drogas,pois o que existe são os filhos e filhas da aldeia.

Em nossa sociedade branca, “cristã” e ocidental, no entanto, é necessário escrever na Constituição que criança é prioridade absoluta e é responsabilidade da família, da sociedade e do Estado. Ainda assim,por esse compromisso não ser levado a sério é que vez ou outra a imprensa nos mostra que muitos adolescentes respondem ao desprezo, à humilhação, ao abandono e à exploração através de agressões a indivíduos e ao patrimônio, furtos e até assassinatos.

Na periferia de muitas cidades e em vários rincões deste imenso país, muita gente boa está recuperando o legado de nossos ancestrais índios e cuidar das crianças e adolescentes para que se transformem em adultos belos, saudáveis, solidários. Afinal, não custa lembrar que o fruto que colhemos depende da terra, da semente e do adubo que resolvemos colocar. Como nos falaram há algum tempo os rapazes do grupo musical A Cor do Som, “Sim, é como a flor, de água e ar, luz e calor, o amor precisa para viver, de emoção e de alegria e tem que regar todo o dia” e Milton Nascimento e Fernando Brant: “É preciso cuidar do broto, para que a vida nos dê flor e fruto”.

Nesse sentido, são diversas as iniciativas socioculturais que têm como objetivo lembrar aos adultos, através do teatro, da dança, da música, da pintura, da capoeira, do audiovisual, dos meios impressos e das emissoras de rádios algo que eles jamais deveriam ter esquecido e que os adultos do amanhã jamais esquecerão: que crianças e adolescentes precisam comer, brincar, estudar de verdade e não como faz de conta, praticar esporte, fazer arte e participar das discussões e decisões que digam respeito ao seu bem estar físico, moral e intelectual. Porque é assim que se constrói um país que nos faça sentir prazer de ter nascido em seu chão, uma verdadeira “pátria mãe gentil”.

O Nordeste do Brasil tem sido um campo fértil para o florescimento de muitas dessas iniciativas, que se tornaram conhecidas tanto nas outras regiões como no exterior. Aqui na Grande Aracaju, por exemplo, tivemos durante vários anos, no Bairro América o Projeto Reculturarte, além do trabalho desenvolvido no Conjunto Eduardo Gomes desde 1989 pela Academia de Dança Rick di Karllo que tem à frente o ator, bailarino, poeta e coreógrafo Carlos Henrique dos Santos, ou ainda, no Conjunto Jardim, o Grupo Teatral Artes, sob direção do ator e documentarista Lázaro, o Grupo Belas Artes, orientado pela bailarina e professora Welma Karla e o Projeto Ecarte. Há também muitas experiências exitosas em outros estados, as quais alguns dirigentes e colaboradores da Ação Cultural tiveram oportunidades de conhecer viajando para o Ceará, Pernambuco, Bahia e Alagoas.

Destarte, vale a pena, para quem desenvolve trabalhos de arte-cidadania com crianças e jovens em Sergipe, procurar realizar intercâmbios e troca de experiências com outras iniciativas para conhecer e aprimorar metodologias visando qualificar artistas e/ou educadores de modo que as flores e os frutos cresçam bem robustos e sadios.

Vale a pena, sobretudo, estudantes e pesquisadores analisarem a contribuição dessas iniciativas para melhorar a qualidade de vida de crianças, adolescentes e jovens das periferias. Quem sabe assim a sociedade e os governos se convencem de que é necessário investir mais nos recursos humanos, materiais e financeiros dessas ações, em vez de ficarem falando tolices como a redução da maioridade penal ou apenas defendendo as ações policiais e/ou de restrição da liberdade como a melhor maneira de acabar com as ações criminosas que tem crianças e jovens como protagonistas.

A realização do II Fórum Popular de Cultura de Sergipe, a ser realizado nos dias 05 e 06 de agosto , no espaço Sebrae, aponta nessa direção, incluir na arte e através da arte, conssequentemente ajudando a contribuir para a construção de verdadeiras cidades da paz.

2005

 CONQUISTAS

O ano de 2005 começou com uma grande conquista para todos os nordestinos: O concurso de projetos culturais do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). O processo de inscrição e o formulário são muito simples. Participamos com dois projetos: um, cujo objetivo era uma oficina de teatro no conjunto Jardim, e outro voltado para palestras e oficinas de metodologia do trabalho social-educativo com arte. Infelizmente não fomos classificados.

Uma conquista no final de 2005 foi o registro em cartório. Está faltando obter o número do CNPJ, o que deve acontecer até o final de janeiro de 2006.

Em Janeiro/ Fevereiro de 2005 mais uma conquista foi conseguirmos romper um bloqueio na escolha dos delegados para representar o estado no Seminário de Culturas Populares em Brasília, que deveria contar apenas com representantes de grupos folclóricos mais inseridos na área de influência de setores ligados à Secretaria de Estado da Cultura, especialmente mestres e brincantes da cidade de Laranjeiras e funcionários do órgão estadual.

Graças à visita à home page do Ministério da Cultura (MINC) ficamos sabendo de uma oficina preparatória, aqui em Aracaju, para o seminário em Brasília, da qual ninguém no Estado de Sergipe ligado à área de cultura, no âmbito da sociedade civil, tinha conhecimento. Foi mantido contato com Isaac Galvão (Presidente do Sindicato dos Artistas) e com a representação do MINC no Nordeste, e a mobilização foi realizada. Isso possibilitou que fosse agregada qualidade à representação de Sergipe no seminário em Brasília

Na capital federal Zezito de Oliveira fez algumas intervenções propositivas , inclusive conseguindo aprovar propostas de diretrizes prioritárias no relatório final.

Esse mesmo problema aconteceu no final de 2004, quando da vinda de Élder Vieira, assessor da Secretaria de Programa e Projetos Especiais do MINC esteve presente para falar sobre o Programa Cultura Viva e poucas pessoas na cidade tiveram conhecimento. Navegando através da página do MINC ficamos sabendo e conseguimos mobilizar cerca de 60% dos presentes no auditório.

Uma boa notícia no final do ano foi a eleição de Lucy Paixão, secretária da Ação Cultural, (numa escolha bem disputada, em São Cristóvão) para representar Sergipe na Conferência Nacional de Cultura, em Brasília.

Uma outra conquista importante foi a programação dos almoços culturais na residência do Zezito e Irene. A idéia no princípio foi pensada para gerar algum lucro e contribuir para uma maior integração dos amigos, colaboradores e sócios da Ação Cultural. Mas ficou constatado que não gera lucro financeiro. Contribui todavia para aproximar as pessoas. Foram realizados três momentos em 2005: Fevereiro (feijoada), junho (café nordestino) e novembro (mocotó).

  I Fórum Popular de Cultura




Feito com raça, coragem e na base do apoio dos amigos e compaheir@s e com a colaboração da Biblioteca Municipal Clodomir Silva, do SESC, do Centro Educacional Bem-Me-Quer e Casa Santa Zita, que cederam espaços para reuniões e realização de atividades ligadas ao evento.

Os aspectos positivos foram os seguintes:

• O trabalho na equipe de coordenação do evento com pessoas com as quais os integrantes da Ação Cultural não tinha desenvolvido atividades em comum antes, como Real, Flávio, Nely e Ademir.

• A grande divulgação através da mídia impressa (Jornal Cinform) e da Rádio Cultura;

• A presença de José Cleto do Recife como palestrante na 2º parte do fórum;

• As ações que realizamos como desdobramento do Fórum, como os fóruns locais e o primeiro intercâmbio e mostra de dança em Pirambu;

• O Novembro Negro, que contou com a colaboração de alguns ativistas do fórum;

• A elaboração da carta cultural da periferia. (clique para ler a carta )

Em termos de aspectos negativos, devemos superar:

• A sobrecarga em cima de poucas pessoas;

• A forma precária como foi realizado o registro escrito das palestras e dos debates.

Obs.: Houve um maior cuidado nos fóruns locais.

• Os altos custos do telefone que recaiu sobre uma pessoa.

Escritos sobre o fórum popular de cultura sob o calor da emoção.


O Fórum Popular de Cultura foi um sucesso em todos os sentidos, em termos de quantidade chegamos a atingir 20% a mais do numero estimado que foi de 50 pessoas, as pessoas elogiaram bastante a organização e a dinâmica do evento, o debate entre os artistas da periferia, educadores e produtores culturais foi de alto nível. Os palestrantes – Chico Buchinho, Virgínia Lúcia, Antônio Cruz e Jeane Marcelino foram bastante elogiados certamente porque há um clamor popular querendo vida em abundância, mas vida com beleza. Como disse Caetano Veloso: “Gente e prá brilhar e não pra morrer de fome” e a Banda Titãs: “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte” e digo mais “a gente quer arte e informação de qualidade para ajudar a construir um outro Brasil”.

Nossos agradecimentos em primeiro lugar ao Deus artista do universo e que também se diverte com as nossas criações e a Maria de Nazaré que gostava tanto de festa que nas bodas de caná pediu para seu filho transformar a água em vinho e a todos e todas que contribuíram para o sucesso do evento.

Há alguns anos participei ativamente juntamente com artistas, lideranças do movimento popular, adolescentes, educadores populares ou sociais como queiram chamar de uma das coisas mais fantásticas em termos de mobilização social que foi a passeata contra a chacina das crianças da terra dura, naquele tempo eu era e continuo aprendiz embora hoje saiba de muito mais coisa do que antes.

Naquela passeata eu percebi que as lutas por mais justiça e por mais dignidade fica muito melhor quando busca denunciar as mazelas e o sofrimento que sofremos quando e feita com criatividade e com beleza.

O mesmo se aplicando a educação popular que pretende formar cidadãos muito mais que solidários como também cheios de beleza, ternura, criativo e éticos conforme aprendi nas oficinas do Centro Nordestino de Animação Popular e no curso de verão do Centro Ecumênico de Serviços a Evangelização e Educação Popular de São Paulo.

O tempo passou e através do Projeto Reculturarte no Bairro América com o apoio de agencias internacionais de cooperação como Visão Mundial, Cese, Unicef e duas vezes com a colaboração do Deputado Estadual Renatinho realizamos aquela que e considerada uma das melhores experiências de arte-educação popular e mobilização social em Aracaju.

Naquele tempo eu pensava que poderíamos construir a partir do projeto uma entidade cultural potente que fosse suficiente para resistir a omissão e negligencia de muita gente que hoje lamenta o fim daquela experiência, pensava que a fogueira da vaidade de muitos educadores que se julgavam superior aos outros não iria engolir todos inclusive aqueles que pensaram que iriam sair ilesos da irresponsabilidade de espalhar mentiras levianas, intrigas e fofocas contra os demais Mas ta bom, éramos todos jovens, sem muita experiência e apesar de alguns defeitos, idealistas e rebeldes.

E novamente aqui estamos, a vida nos da outra chance a partir da Rede PROVAI e posteriormente da criação da ONG Ação Cultural e novamente na realização deste fórum pude perceber que muita gente nova e outras companheiros velhos de guerra acreditam e lutam por um outro Brasil onde justiça e beleza possam se abraçar.

E os elogios ao evento foram muitos como organização, dinâmica e localização, palestrantes, diversidade de linguagens artísticas, raça/etnia, sexo, idade, nível de escolaridade, movimentos, religião, escolaridade, o nível dos palestrantes e como resposta que dei para alguns e que deixo aqui registrada o sucesso foi/e fruto da contribuição de muita gente.

Como os que acreditaram e se engajaram  desde o inicio que o caminho e por ai e que participaram de todas as reuniões de planejamento e pré-produção como Reall, Lucy e Flavio.

Da imprensa como a Radio Cultura e em particular a equipe do caderno de cultura do CINFORM que deu um apoio bem maior do que o esperado, o que surpreendeu muita gente especialmente os que desejam que o povo das comunidade marginalizadas continue com a alma pequena, sem acreditar na força da união, na necessidade de continuar lutando para ocupar espaços nas instancias de decisao, que continue crescendo o publico consumidor das porcarias da industria cultural , que os artistas e o povo da periferia não tenha auto-estima e que a maioria pense que não vale a pena continuar lutando por um outro mundo o qual para ser verdadeiramente possivel deve começar dentro da gente.

Agradecemos também o apoio da direção da biblioteca Clodomir Silva que acatou o pedido que fizemos de liberar uma sala para as reuniões, de Irma Simone, diretora da Casa Santa Zita que cedeu as instalações da Pastoral do Menor e que obteve a liberação do anexo do Centro Educacional Bem-Me-Quer."

José de Oliveira Santos "Zezito"

Coordenador Geral do I Fórum Popular de Cultura

OPORTUNIDADES

• No ano de 2005 alguns componentes da Ação Cultural participaram de algumas oficinas de planejamento e elaboração de projetos: Curso de Incubação de Cooperativas de Economia Solidária, em Aracaju, promovido pela Universidade Federal de Sergipe; Oficina “Como elaborar projetos para a Lei Rouanet” em Aracaju, promovido pela Universidade Federal de Sergipe; Participação na oficina de orientação sobre o edital de projetos culturais do BNB, em Aracaju; Participação na oficina de elaboração de projetos do programa Petrobrás Cultural, em Aracaju.

• Zezito, Luci e Irene participaram de oficinas de danças circulares em Aracaju com Álvaro Pantoja, do Centro Nordestino de Animação Popular,

• A Ação Cultural esteve representada por Zezito em diversas reuniões da Articulação pela Democratização da Mídia, que tem como proposta discutir alternativas de diálogo com os Movimentos Sociais e Estudantis, Rádios Comunitárias, Sindicatos, Organizações Não Governamentais na busca pela democratização da informação, com foco em ações referentes ao direito humano à comunicação.

Reconhecemos que essas questões devem ser trazidas para uma discussão com os integrantes da Ação Cultural e colaboradores para que a representação seja mais firme e expresse a vontade dos integrantes da ONG.

• O diretor-presidente da Ação Cultural participou dos seguintes eventos como palestrante:

No projeto Palco Giratório, discorrendo sobre o tema “Cultura e Cidadania” promovido pelo Departamento Nacional do SESC, em Aracaju; Na Conferencia Municipal da Barra dos Coqueiros, discorrendo sobre o tema “Política Municipal de Cultura”; No Encontro Nacional de Estudantes de Arte-Educação, discorrendo sobre o tema “Cultura e Movimentos Sociais”; No I Simpósio Cultural de Pirambu, discorrendo sobre o tema “Um outro mundo é possível através da arte”, promovido pela organização Veredas da Cultura; No I FAES – Festival de arte-educação e saúde do Conjunto Orlando Dantas, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde, discorrendo sobre o tema: “Diversidade Cultural”.

Relatório das atividades da Ação Cultural no ano de 2005

 Link das atividades de 2005:

https://acaoculturalse.blogspot.com/2008/03/relatrio-de-atividades-da-ong-ao.html

 A maior parte das fotos e do vídeos curtos acima foram realizados por Ronaldo Lima, a época colaborador da Ação Cultural.

MEMÓRIA PARA USO DIÁRIO

Esse trabalho de revisitação do arquivo digital e analógico da Ação Cultural tem a participação de Alan de Oliveira e Zezito de Oliveira, este último encarregado da edição final.

A Ação Cultural também é pioneira na formação de um arquivo digital de suas ações, com textos, sons e imagens e este representa cerca de 85% do acervo de informações que estão sendo disponibilizada de forma sistematizada nesse momento.

A maioria ou quase totalidade,  se encontrava disponível neste blog e nas outras plataformas utilizadas pela Ação Cultural, porém sem a organização que estamos fazendo neste momento.

A organização das informações inicialmente está sendo realizada de forma cronológica e mais a frente será organizada por temas ou ações.

Por ora é um trabalho voluntário, e é uma iniciativa que merece ser realizada por outros coletivos e organizações sociais e/ou culturais de base comunitária.

Quem participou das ações elencadas e quem não participou vai se surpreender com muita coisa, tanto positiva, como negativa. Neste último caso destacamos a repetição do padrão negativo de uma ordem politica, econômica, social e cultural bastante injusta em nosso país, em especial para pretos, pobres e periféricos. Já no primeiro como forma positiva, alguns avanços e conquistas, apesar do jogo duro da luta de classes...

Até o final do ano o trabalho será finalizado, com ou sem fomento público. 





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