quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Salve Clara Guerreira de Luz!! O blog da Cultura se soma as homenagens de Vanessa da Mata, Diego Alexandre, diretor e produtor do doc. Clara Esperança e Rádio Batuta.

 🌼 Nesta semana celebramos a vida e o legado de Clara Nunes, que completaria 82 anos em 12 de agosto de 2024. Seu canto, carregado de ancestralidade e brasilidade, continua a ecoar nos corações de todos que a ouviram. Clara, a guerreira das cantigas, permanece viva na música, na cultura e na alma do Brasil. 

Feliz aniversário, Clara! Sua luz nunca se apagará.

Nesta semana, se estivesse entre nós, a eterna Clara Nunes completaria 82 anos. Para comemorar a data, acabo de disponibilizar no YouTube o meu documentário CLARA ESPERANÇA. Lançado em 2022, o curta-metragem percorreu festivais no Brasil e no exterior, ganhando prêmios de júri oficial e júri popular.

Tenho muito orgulho em ter contado uma parte pouco conhecida da história de Clara através do olhar da sua irmã Dindinha Mariquita. É um filme sobre preservação de memória, altruísmo e amor.

Espero que goste! 💙

DIEGO ALEXANDRE

Diretor e Produtor do documentário


Clara Nunes e os orixás

As referências às religiões afro-brasileiras são peças fundamentais para a compreensão do trabalho de Clara Nunes, a cantora mineira que faria 82 anos neste 12 de agosto. Ela morreu em 2 de abril de 1983.

Seu repertório é repleto de referências ao candomblé, continuando a tradição do samba, que teve sua origem nos terreiros religiosos das tias baianas, como a célebre Ciata, no entorno da Praça Onze.

Nesta playlist, organizada por Joaquim Ferreira dos Santos, estão algumas dessas saudações de Clara aos orixás que, na vida pessoal, ela passou a seguir depois de criada numa família espírita.

Compositores históricos da afirmação cultural negra, como Nei Lopes (“Afoxé pra Logun”) e Candeia (“Sindorerê”), assinam essas músicas. Algumas descrevem as convicções religiosas da cantora, filha de Ogum com Iansã (como diz em “Guerreira”).

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Entrevistas - Vagner Fernandes sobre Clara Nunes

Tempo do episódio: 54:38

Entre as muitas coisas que ainda não eram bem aceitas para uma mulher no início da década de 1970, uma era a de cantar sambas. A mineira Clara Nunes gravou seu primeiro disco no Rio em 1966, um LP romântico, beirando o brega, sem qualquer repercussão. O seu primeiro encontro com o samba foi em 1969. O polêmico compositor, produtor e criador de problemas Carlos Imperial entregou a Clara um samba de Ataulfo Alves em que havia um verso dele, “Você passa, eu acho graça”. O sucesso fez com que Clara mudasse o perfil, virasse sambista.

Neste programa, Joaquim Ferreira dos Santos e Vagner Fernandes, autor da biografia “Clara Nunes, guerreira da utopia”, conversam sobre “Alvorecer”, disco da artista que está completando 50 anos em 2024. Nele, estão juntos o produtor Adelzon Alves, que no início da década apresentou os compositores tradicionais de samba à cantora (além de ser namorado dela), e o letrista Paulo Cesar Pinheiro, que viria a ser o autor dos próximos grandes sucessos de Clara (e seu marido). Na trilha sonora, entremeando a conversa, sambas que se tornariam clássicos a partir do lançamento de “Alvorecer”, como “Conto de areia” e “Menino Deus”.

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