sexta-feira, 12 de julho de 2013

A CULTURA SERGIPANA E BRASILEIRA PRECISA MOSTRAR MAIS A SUA CARA.



No dia da audiência pública na AL de Sergipe, sobre o Mais Cultura nas Escolas (10 de julho de 2013), sugeri a secretária da cultura,  Eloisa Galdino, a Secult propor e realizar parcerias com a Fundação Aperipê visando a  divulgação dos resultados do investimento realizado por meios dos  editais culturais da Secullt. Já que cultura é investimento e a população precisa ser nossa aliada nesta defesa. Dentro deste entendimento, nada como mostrar a população como e onde é aplicado e quais os resultados do dinheiro de nossos impostos, investido na cultura. Proposta como esta, serve também para se contrapor ao discurso da geração que se acostumou a obter dinheiro publico para seus projetos culturais, em troca de favores de todos os tipos e que fica dizendo aos quatro cantos que não há investimento público em cultura por parte do governo de Sergipe. Se disser que é pouco eu concordo, se disser que tem que aumentar e mostrando através dos resultados deste pouco que é investido, eu concordo, “daí o argumento central desse post”. Se disser que as prefeituras também devem investir de forma republicana em educação através da arte e da cultura, também concordo. No mais, chega de recalque e rancor.
P.S.: Também conversei com a representante do Ministério da Cultura,  presente na audiência para que os  processos e apresentações  dos resultados do Mais Cultura nas Escolas fossem gravados e divulgados na rede pública de rádio e televisão, como através das rádios e tvs comunitárias, bem como por meio de um  canal especifico no you tube. Da mesma maneira acontece com o programa Cultura Ponto a Ponto, sobre os pontos de cultura.

Zezito de Oliveira - Educador e Produtor Cultural



"Somos mestiços. Não apenas etnicamente mestiços. Somos culturalmente mestiços. Dançando o Toré sob a lua; rezando numa igreja barroca de São Cristóvão; curvadas sobre a almofada da renda de bilros; trocando objetos e valores nas feiras das periferias e do interior; depositando ex-votos aos pés dos nossos santos; dançando um gostoso forró pé de serra no Forrocaju; contemplando o mar e os coqueirais do alto da colina de Santo Antônio; dobrando o fole de uma sanfona numa noite de frio, no mês de junho; tocados pela décima corda da viola sertaneja; possuídos pelo samba de pareia da mussuca e pela dança de São Gonçalo; enfileirados nas Romarias da Terra e de Divina Pastora; o coração de tambores percutindo nos desfiles de 7 de Setembro; girando a cor e a vertigem das danças dos orixás; digerindo antropofagicamente o hip hop no caldo da embolada ou do repente. Somos irremediavelmente mestiços. A lógica da homogeneização nos oprime. Por isso gingamos o corpo, damos um passo e seguimos adiante como num drible de futebol ou numa roda de capoeira que, sem deixar de ser luta, tem alma de dança e de alegria. Como formular um projeto de Políticas Públicas de Cultura que contemple esse mosaico imperfeito? Como abrir janelas e portas e dizer: “Sergipe, mostra a tua cara!”, como na canção de Cazuza?”

Adaptação para a nossa realidade do texto introdutório do documento “A imaginação a serviço do Brasil” produzido em 2002 por artistas, intelectuais e gestores culturais e que serviu de texto guia para os programas e projetos da gestão do Ministro Gilberto Gil a frente do Ministério da Cultura.


Nenhum comentário: