Fonte: globo.com
Conseguir entrelaçar as mãos parece um bálsamo para Isabel. Ela foi internada numa clínica psiquiátrica com depressão. E encontrou na dança um motivo para levantar da cama.
Cada dança dita um ritmo e, assim como na vida, às vezes a gente perde o
compasso, pisa no pé do outro, tropeça e descobre que precisa exercitar
o jogo de cintura, e estender as mãos para entrar na roda.
“Numa roda, a gente não consegue dançar de mau humor, ou de tromba. A harmonia da música faz com que a alegria se instale”, diz a professora Carmem Eloá Boff.
Dançando, Miriam encontrou motivação para enfrentar seus medos. “Eu não saída de casa”, conta Miriam, que sofre crises de pânico desde a adolescência. E a dança circular é uma aliada no combate a doença.
“Toda terça-feira, eu estou sempre presente nas danças. Isso me proporcionou alegria, liberdade, felicidade, tudo de bom na minha vida. E o pânico está indo embora”, diz Miriam Terezinha Dachi, dona de casa.
A roda faz bem até pra gente como Rosana, que tem mania de perfeição. O marido que o diga. Ele é médico e indicou a dança pra ela. “Ela está mais centrada nela mesma. Ela consegue ver o mundo com muito mais qualidade, está se cobrando menos e também cobrando menos de mim”, brinca o marido, Otávio Augusto Pereira.
O resultado foi mais romance no casamento. “O que mais muda é o cuidado e a delicadeza de um para com o outro”, explica o médico.
Quem segue estes passos diz que a roda oferece um norte, um caminho de paz.
assista ao vídeo da reportagem AQUI
“Se a gente está muito exaltada, muito eufórica, correndo, estressada, ela acalma. Se a gente está meio triste, desanimada , ela anima”, explica Cida Garcia, jornalista.
É meditação em movimento, um exercício de concentração. A origem é antiga. Há milênios, os homens fazem rituais e celebram a vida em roda. Por isso, muita gente diz que este é um movimento sagrado.
“É a alma de cada povo, a cultura de cada povo. A danca circular fala de céu, de terra, de respirar juntos. De dar as mãos, de olhar nos olhos”, diz Renata Ramos, focalizadora de danças populares.
Parece até brincadeira de criança. A simplicidade da dança de roda faz deste um excelente exercício para quem quer recuperar a saúde mental.
Conseguir entrelaçar as mãos parece um bálsamo para Isabel. Ela foi internada numa clínica psiquiátrica com depressão. E encontrou na dança um motivo para levantar da cama.
“Parece uma injeção de ânimo que a gente recebeu ali. Uma medicação que não é convencional, mas de ânimo. Uma força muito grande”, explica Isabel Cristina Correa, professora.
“Você fica, assim, perplexa consigo mesma, de conseguir dançar, ir até o final e sair dali leve, com a cabeça equilibrada. É uma vitória, com certeza uma vitória”, descreve Márcia Regina da Silva, Bancária.
Confira o acervo de videos e textos das iniciativas desenvolvidas pela Ação Cultural AQUI
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A dança de rua foi um giro na vida de Kety Jamile. “Passei muita fome
com a minha família, com meus irmãos, minha mãe. Se não fosse o lanche
da escola, eu não comia nada o dia inteiro”.
Luís Felipe encontrou o caminho do equilíbrio. “Eu não tinha muitas perspectivas de vida. Era rodeado pela criminalidade, pelas drogas, pela prostituição. Então era isso que eu vivia no meu dia a dia. A dança foi uma mão foi meu braço, foi meu corpo inteiro, foi uma coisa que realmente me levantou, me ergueu e fez e tá fazendo a pessoa que sou hoje”, conta o dançarino.
O palco dela é a rua. Seja a rua que for. Às vezes, nem de rua ela precisa. Basta estar na rua.
Ela é urbana e popular. Nasceu nos anos 70. Tem o DNA dos guetos negros de Nova Iorque. Contagiou o mundo, mudou a dança, e tem mudado vidas, como a do coreógrafo Thurbo Braga. O menino de Rondônia chegou a passar fome e dormir na rua. Mas tinha um sonho de criança.
“Eu tinha 10 anos quando vi o cantor norte-americano James Brown fazendo esse movimento que se chama big foot . Então eu disse é isso que eu quero fazer”, conta Thurbo Braga, diretor da Companhia de Dança Millenium.
Há 16 anos, Thurbo criou em Itajaí (SC) o que é considerada hoje uma das principais companhias de dança de rua do país. Ele apostou que os movimentos ágeis e acrobáticos tinham o poder de atrair os jovens.
Acertou em cheio. A Companhia de Dança Millenium já ganhou cinco vezes o Festival de Joinville. Mas esta não é a maior vitória pessoal de Thurbo. Ela tem a ver com mudar destinos, dar uma reviravolta na vida de jovens em risco social.
Matheusinho, 13 anos, mora na periferia de Itajaí. “Acho que aqui me preocupa mais as drogas, violência”, conta o estudante Matheus Márcio Adriano”.
Só que aqui a turma do bem e da dança chegou antes e fez mais um amigo. Matheus está entre mais de dois mil jovens já beneficiados pelo projeto da companhia de Thurbo, o Dança é Vida.
O ritmo pulsante é como uma isca para a garotada. A maioria de escolas públicas.
A dança disciplina e educa. A principal condição para participar do projeto é ir muito bem na escola. Por isso, a cada dois meses, eles precisam apresentar os boletins com as notas lá do colégio para o professor de dança.
"A dança é um estímulo. Como eles adoram dançar, a gente aproveita pra cobrar um bom desempenho escolar que é o fundamental, e que eles vão levar pra toda vida", diz Thurbo Braga.
A maior parte dos 25 dançarinos do grupo foi descoberta assim. Kety e Luís Felipe, na época, tinham 13 anos. Hoje, são dançarinos profissionais.
"Consigo me sustentar e sustentar minha família e também consigo ajudar crianças e adolescentes que hoje vivem na situação que eu passei há 12 anos atrás", conta Kety Jamile.
"Hoje eu estou quase me formando em educação física, sou dançarino profissional há 11 anos.
Isso hoje é meu alicerce, hoje eu vivo disso e hoje eu consigo passar para as pessoas que estão a minha volta, ao meu redor, meus parentes e amigos que dança é minha vida e vai ser meu futuro", diz Luís Felipe.
O grupo faz mais de 150 apresentações por ano em todo o Brasil. É um vencedor de festivais e concursos. E, acima de tudo, um exemplo para a plateia de casa.
E thurbo também fez a lição de casa. Alyson é dançarino e professor das crianças do projeto.
Cliver Pop segue os mesmos passos. Eles são filhos de Thurbo. Eles são filhos da dança.
Assista ao vídeo da reportagem AQUI
Dança do ventre ajuda a recuperar a autoestima de quem teve câncer
Algumas das bailarinas mostradas em vídeo nunca pensaram em pisar num
palco. Por isso, a apresentação vai muito além do espetáculo. A beleza
dos movimentos é reflexo de um longo caminho que elas tiveram que
percorrer.
Maria tinha 26 anos quando descobriu o câncer. “Foi muito difícil. Foi assustador”, conta Maria.
Os médicos tiveram que retirar a mama: “Na hora que eu me olhei no espelho, eu desabei. Naquele momento, eu falei : espelho pra mim não existe mais”, lembra.
Maria pediu, e o marido retirou todos os espelhos de casa. “Eu aprendi a pentear o cabelo a me maquiar, fazer tudo, sem me olhar no olhar no espelho, porque eu não me aceitava”, revela a vendedora.
Ela fechou os olhos pra si mesma por dois anos. E só reencontrou uma Maria "inteira" numa sala de aula.
No lugar, mulheres que tiraram a mama enfrentam juntas um imenso desafio: reconstruir a própria imagem.
“Você começa a dançar, você descobre: poxa, eu tenho um corpo, eu tenho quadril eu tenho braço, eu tenho mão, eu tenho rosto. Eu não sou só uma mama”, diz Sandra Ramos Pedroso,
ajudante geral.
A dança do ventre desperta o corpo, e a força da mulher.
“A sensação é de impotência. Eu sou dura, não vai dar. Eu acho que você não vai conseguir. E eu com este quadrilzão aqui, na hora que eu mexo, você não tem noção, é muito bom”, comemora Maria Emília Pereira, funcionária pública.
O grupo de dança do ventre mostrado em vídeo faz parte de um estudo desenvolvido na Universidade do Estado de São Paulo (Unesp), em Botucatu.
Os pesquisadores investigam o impacto físico e psicológico da dança em mulheres que perderam a mama. Com menos de cinco meses de aula, uma turma já recuperou o ânimo.
Antes de começar a dança, as mulheres passam por uma avaliação física.
assista o vídeo da reportagem AQUI
“Em alguns casos, em algumas cirurgias, ocorre a retirada de alguns músculos peitorais. E, por conta disso, elas ficam com limitação de movimentos e dor”, diz a fisioterapeuta Samira Luvizutto Rozalem.
Eliana mal conseguia erguer o braço. Quando descobriu o câncer, ela também caiu em depressão. “Pra mim foi terrível, minha vida parou”, conta a dona de casa. Em dois meses de aula, Eliana já consegue fazer muita coisa.
“A dança trabalha com todas as articulações e grupos musculares. Ajuda na fisioterapia e na recuperação dela”, diz a fisioterapeuta.
Além dos movimentos, a dança ajuda a recuperar a autoestima que a doença levou. “Me sinto bem, agora estou colocando brinco”, diz Eliana.
Redescobrir a própria beleza traz saúde. Esta é uma das conclusões da pesquisa.
“As mulheres que estavam deprimidas se tornaram mulheres saudáveis, alegres, sem dúvida alguma, do ponto de vista clínico, a imunidade dessas mulheres melhorou muito”, afirma o médico coordenador da pesquisa, José Ricardo Rodrigues.
“É uma magia. Elas vêm para esta sala e se sentem em outro mundo. Elas desligam do mundo lá fora. Aqui elas esquecem todas as limitações. Elas não pensam nisso”, diz a educadora física
Sônia Regina Augusto.
Hoje, Maria reencontra, diante do espelho, uma mulher segura. “Eu me enxergo. Eu esqueço que um dia eu tive câncer, eu esqueço que um dia eu tirei a mama. Eu me enxergo por completo. É o meu momento. Me sinto uma deusa”, revela Maria.
“Numa roda, a gente não consegue dançar de mau humor, ou de tromba. A harmonia da música faz com que a alegria se instale”, diz a professora Carmem Eloá Boff.
Dançando, Miriam encontrou motivação para enfrentar seus medos. “Eu não saída de casa”, conta Miriam, que sofre crises de pânico desde a adolescência. E a dança circular é uma aliada no combate a doença.
“Toda terça-feira, eu estou sempre presente nas danças. Isso me proporcionou alegria, liberdade, felicidade, tudo de bom na minha vida. E o pânico está indo embora”, diz Miriam Terezinha Dachi, dona de casa.
A roda faz bem até pra gente como Rosana, que tem mania de perfeição. O marido que o diga. Ele é médico e indicou a dança pra ela. “Ela está mais centrada nela mesma. Ela consegue ver o mundo com muito mais qualidade, está se cobrando menos e também cobrando menos de mim”, brinca o marido, Otávio Augusto Pereira.
O resultado foi mais romance no casamento. “O que mais muda é o cuidado e a delicadeza de um para com o outro”, explica o médico.
Quem segue estes passos diz que a roda oferece um norte, um caminho de paz.
assista ao vídeo da reportagem AQUI
“Se a gente está muito exaltada, muito eufórica, correndo, estressada, ela acalma. Se a gente está meio triste, desanimada , ela anima”, explica Cida Garcia, jornalista.
É meditação em movimento, um exercício de concentração. A origem é antiga. Há milênios, os homens fazem rituais e celebram a vida em roda. Por isso, muita gente diz que este é um movimento sagrado.
“É a alma de cada povo, a cultura de cada povo. A danca circular fala de céu, de terra, de respirar juntos. De dar as mãos, de olhar nos olhos”, diz Renata Ramos, focalizadora de danças populares.
Parece até brincadeira de criança. A simplicidade da dança de roda faz deste um excelente exercício para quem quer recuperar a saúde mental.
Conseguir entrelaçar as mãos parece um bálsamo para Isabel. Ela foi internada numa clínica psiquiátrica com depressão. E encontrou na dança um motivo para levantar da cama.
“Parece uma injeção de ânimo que a gente recebeu ali. Uma medicação que não é convencional, mas de ânimo. Uma força muito grande”, explica Isabel Cristina Correa, professora.
“Você fica, assim, perplexa consigo mesma, de conseguir dançar, ir até o final e sair dali leve, com a cabeça equilibrada. É uma vitória, com certeza uma vitória”, descreve Márcia Regina da Silva, Bancária.
Confira o acervo de videos e textos das iniciativas desenvolvidas pela Ação Cultural AQUI
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Dança de rua afasta os jovens das drogas e da violência
Ela é urbana e popular. Nasceu nos anos 70 e tem o DNA dos guetos negros de Nova Iorque. Contagiou o mundo, mudou a dança, e tem mudado vidas.
Luís Felipe encontrou o caminho do equilíbrio. “Eu não tinha muitas perspectivas de vida. Era rodeado pela criminalidade, pelas drogas, pela prostituição. Então era isso que eu vivia no meu dia a dia. A dança foi uma mão foi meu braço, foi meu corpo inteiro, foi uma coisa que realmente me levantou, me ergueu e fez e tá fazendo a pessoa que sou hoje”, conta o dançarino.
O palco dela é a rua. Seja a rua que for. Às vezes, nem de rua ela precisa. Basta estar na rua.
Ela é urbana e popular. Nasceu nos anos 70. Tem o DNA dos guetos negros de Nova Iorque. Contagiou o mundo, mudou a dança, e tem mudado vidas, como a do coreógrafo Thurbo Braga. O menino de Rondônia chegou a passar fome e dormir na rua. Mas tinha um sonho de criança.
“Eu tinha 10 anos quando vi o cantor norte-americano James Brown fazendo esse movimento que se chama big foot . Então eu disse é isso que eu quero fazer”, conta Thurbo Braga, diretor da Companhia de Dança Millenium.
Há 16 anos, Thurbo criou em Itajaí (SC) o que é considerada hoje uma das principais companhias de dança de rua do país. Ele apostou que os movimentos ágeis e acrobáticos tinham o poder de atrair os jovens.
Acertou em cheio. A Companhia de Dança Millenium já ganhou cinco vezes o Festival de Joinville. Mas esta não é a maior vitória pessoal de Thurbo. Ela tem a ver com mudar destinos, dar uma reviravolta na vida de jovens em risco social.
Matheusinho, 13 anos, mora na periferia de Itajaí. “Acho que aqui me preocupa mais as drogas, violência”, conta o estudante Matheus Márcio Adriano”.
Só que aqui a turma do bem e da dança chegou antes e fez mais um amigo. Matheus está entre mais de dois mil jovens já beneficiados pelo projeto da companhia de Thurbo, o Dança é Vida.
O ritmo pulsante é como uma isca para a garotada. A maioria de escolas públicas.
A dança disciplina e educa. A principal condição para participar do projeto é ir muito bem na escola. Por isso, a cada dois meses, eles precisam apresentar os boletins com as notas lá do colégio para o professor de dança.
"A dança é um estímulo. Como eles adoram dançar, a gente aproveita pra cobrar um bom desempenho escolar que é o fundamental, e que eles vão levar pra toda vida", diz Thurbo Braga.
A maior parte dos 25 dançarinos do grupo foi descoberta assim. Kety e Luís Felipe, na época, tinham 13 anos. Hoje, são dançarinos profissionais.
"Consigo me sustentar e sustentar minha família e também consigo ajudar crianças e adolescentes que hoje vivem na situação que eu passei há 12 anos atrás", conta Kety Jamile.
"Hoje eu estou quase me formando em educação física, sou dançarino profissional há 11 anos.
Isso hoje é meu alicerce, hoje eu vivo disso e hoje eu consigo passar para as pessoas que estão a minha volta, ao meu redor, meus parentes e amigos que dança é minha vida e vai ser meu futuro", diz Luís Felipe.
O grupo faz mais de 150 apresentações por ano em todo o Brasil. É um vencedor de festivais e concursos. E, acima de tudo, um exemplo para a plateia de casa.
E thurbo também fez a lição de casa. Alyson é dançarino e professor das crianças do projeto.
Cliver Pop segue os mesmos passos. Eles são filhos de Thurbo. Eles são filhos da dança.
Assista ao vídeo da reportagem AQUI
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Dança de salão equivale a uma caminhada rápida
Atividade ajuda a perder cerca de 350 calorias. Advogada que faz quatro aulas por semana e frequenta bailes aos sábados conseguiu perder 6 quilos.
Quando a dança vira uma paixão, ela costuma revelar sentimentos que
muitas vezes já estavam dentro da gente. Só que escondidos em algum
lugar.
“Me sinto mais poderosa, mais forte pra enfrentar até coisas que não têm a ver com a dança. Enfrentar o trabalho, o dia a dia, ter um pouco mais de presença nas coisas que eu faço”, conta Vanessa Karla Miranda, advogada.
Ela faz quatro aulas por semana e ainda frequenta bailes nos sábados. Com essa rotina, emagreceu seis quilos. Ela está tão bem, que promere perder mais uns quilinhos, sem sacrifício.
Basta uma hora animada pra queimar muitas calorias. “A dança de salão é uma atividade moderada. Ele deve perder mais ou menos entre 300, 350 calorias, é como se ele estivesse fazendo uma caminhada mais rápida”, explica a professora de dança, Gracinha Araújo.
Quem se apaixona pela dança deste jeito percebe mudanças no corpo e na alma. “É o alimento da alma e dançando eu realmente, sou eu, eu mesma”, descreve Vanessa.
assista AQUI o vídeo da reportagem
------------------------------------------------------------------------“Me sinto mais poderosa, mais forte pra enfrentar até coisas que não têm a ver com a dança. Enfrentar o trabalho, o dia a dia, ter um pouco mais de presença nas coisas que eu faço”, conta Vanessa Karla Miranda, advogada.
Ela faz quatro aulas por semana e ainda frequenta bailes nos sábados. Com essa rotina, emagreceu seis quilos. Ela está tão bem, que promere perder mais uns quilinhos, sem sacrifício.
Basta uma hora animada pra queimar muitas calorias. “A dança de salão é uma atividade moderada. Ele deve perder mais ou menos entre 300, 350 calorias, é como se ele estivesse fazendo uma caminhada mais rápida”, explica a professora de dança, Gracinha Araújo.
Quem se apaixona pela dança deste jeito percebe mudanças no corpo e na alma. “É o alimento da alma e dançando eu realmente, sou eu, eu mesma”, descreve Vanessa.
assista AQUI o vídeo da reportagem
Dança do ventre ajuda a recuperar a autoestima de quem teve câncer
Pesquisadores investigam o impacto físico e psicológico da dança em mulheres que perderam a mama. Com menos de cinco meses de aula, uma turma já recuperou o ânimo.
Maria tinha 26 anos quando descobriu o câncer. “Foi muito difícil. Foi assustador”, conta Maria.
Os médicos tiveram que retirar a mama: “Na hora que eu me olhei no espelho, eu desabei. Naquele momento, eu falei : espelho pra mim não existe mais”, lembra.
Maria pediu, e o marido retirou todos os espelhos de casa. “Eu aprendi a pentear o cabelo a me maquiar, fazer tudo, sem me olhar no olhar no espelho, porque eu não me aceitava”, revela a vendedora.
Ela fechou os olhos pra si mesma por dois anos. E só reencontrou uma Maria "inteira" numa sala de aula.
No lugar, mulheres que tiraram a mama enfrentam juntas um imenso desafio: reconstruir a própria imagem.
“Você começa a dançar, você descobre: poxa, eu tenho um corpo, eu tenho quadril eu tenho braço, eu tenho mão, eu tenho rosto. Eu não sou só uma mama”, diz Sandra Ramos Pedroso,
ajudante geral.
A dança do ventre desperta o corpo, e a força da mulher.
“A sensação é de impotência. Eu sou dura, não vai dar. Eu acho que você não vai conseguir. E eu com este quadrilzão aqui, na hora que eu mexo, você não tem noção, é muito bom”, comemora Maria Emília Pereira, funcionária pública.
O grupo de dança do ventre mostrado em vídeo faz parte de um estudo desenvolvido na Universidade do Estado de São Paulo (Unesp), em Botucatu.
Os pesquisadores investigam o impacto físico e psicológico da dança em mulheres que perderam a mama. Com menos de cinco meses de aula, uma turma já recuperou o ânimo.
Antes de começar a dança, as mulheres passam por uma avaliação física.
assista o vídeo da reportagem AQUI
“Em alguns casos, em algumas cirurgias, ocorre a retirada de alguns músculos peitorais. E, por conta disso, elas ficam com limitação de movimentos e dor”, diz a fisioterapeuta Samira Luvizutto Rozalem.
Eliana mal conseguia erguer o braço. Quando descobriu o câncer, ela também caiu em depressão. “Pra mim foi terrível, minha vida parou”, conta a dona de casa. Em dois meses de aula, Eliana já consegue fazer muita coisa.
“A dança trabalha com todas as articulações e grupos musculares. Ajuda na fisioterapia e na recuperação dela”, diz a fisioterapeuta.
Além dos movimentos, a dança ajuda a recuperar a autoestima que a doença levou. “Me sinto bem, agora estou colocando brinco”, diz Eliana.
Redescobrir a própria beleza traz saúde. Esta é uma das conclusões da pesquisa.
“As mulheres que estavam deprimidas se tornaram mulheres saudáveis, alegres, sem dúvida alguma, do ponto de vista clínico, a imunidade dessas mulheres melhorou muito”, afirma o médico coordenador da pesquisa, José Ricardo Rodrigues.
“É uma magia. Elas vêm para esta sala e se sentem em outro mundo. Elas desligam do mundo lá fora. Aqui elas esquecem todas as limitações. Elas não pensam nisso”, diz a educadora física
Sônia Regina Augusto.
Hoje, Maria reencontra, diante do espelho, uma mulher segura. “Eu me enxergo. Eu esqueço que um dia eu tive câncer, eu esqueço que um dia eu tirei a mama. Eu me enxergo por completo. É o meu momento. Me sinto uma deusa”, revela Maria.
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