segunda-feira, 22 de julho de 2013

Seminário internacional leva dança para o centro de Brasília

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Mariana Tokarnia - Agência Brasil 21.07.2013 - 18h29 | Atualizado em 21.07.2013 - 18h51

Maratona de dança, no 23º Seminário Internacional de Dança (Wilson Dias/ABr)
 
Brasília – No centro de Brasília, um palco montado para apresentações de dança atraiu a atenção de quem passeava no local. O chamado Palco Livre foi montado durante o 23º Seminário Internacional de Dança e serviu para mostrar o trabalho tanto dos dançarinos que participam do encontro, quanto do público em geral, que quisesse se dançar.
O Seminário Internacional de Dança acontece em Brasília desde o dia 6 e vai até o dia 28 de julho. Participam este ano mais de 200 dançarinos de todo o Brasil e do exterior, que têm contato com especialistas e grandes nomes da dança, além de participar de aulas, concursos e espetáculos. Ao final, os participantes podem ser selecionados para bolsas de estudos no exterior. Nesta edição, serão oferecidas dez bolsas em países como Canadá, França, Espanha, Áustria e Estados Unidos
Gisele Santoro, coordenadora do Dance Brasil e responsável pela organização do seminário, diz que a ênfase é proporcionar uma carreira no exterior aos participantes. "Aqui no Brasil não se tem espaço. Para a dança se desenvolver, precisa-se de uma escola que prepare e de um mercado de trabalho, que é muito pequeno no Brasil. Chega uma idade, em que a família diz para o bailarino: 'está tudo muito lindo, mas agora vai ganhar a vida', e o dançarino acaba abandonando a carreira. Enquanto no exterior, o sistema é diferente e há mais oportunidades".
Entre os participantes do seminário internacional que se apresentaram no palco está Catharina Leocadio. Ela estuda ballet clássico desde os 9 anos e hoje, aos 18, veio de Recife para participar das atividades. Ela confirma o que diz Gisele sobre o mercado de trabalho. Segundo ela, o ballet clássico, uma dança do século 17, encontra menos espaço ainda. "As pessoas hoje buscam mais as danças contemporâneas". Apaixonada pelo que faz, ela não pretende abandonar a carreira para seguir outra faculdade. Quer continuar estudando dança e vai se esforçar para conseguir uma das bolsas no exterior.
A intenção de Andréa da Hora não é tanto sair do país. Ela é a única do grupo de dança contemporânea Ide com Arte, de Taguatinga, a participar do seminário. A ideia é levar o que aprendeu aos outros dançarinos.
O grupo de dança de rua de Ceilândia, In Steps, também passou pelo palco, com uma coreografia de break. O grupo surgiu de um projeto social do Centro de Orientação Socioeducativo (Cose). Quando o centro parou de oferecer as aulas, Alan Jhone, conhecido como Papel, manteve o grupo, que passou a se reunir no Centro Cultural de Ceilândia. São oito dançarinos que dão aulas para uma turma de 20 alunos da comunidade.
"Escolhemos o break como estilo de dança porque é um tipo de arte, uma intervenção urbana. Para praticar é preciso se superar todos os dias. E isso diz muito da nossa realidade social. Nós que viemos de cidades satélites temos que nos superar", explica Jhone.  
Edição: Denise Griesinger

Oficina de dança em Brasília resgata cultura afro-brasileira

Mariana Tokarnia - Agência Brasil 21.07.2013 - 18h29 | Atualizado em 21.07.2013 - 19h03

Oficina de Danças Afro-Brasileiras na Sala Funarte, em Brasília (Wilson Dias/ABr)

Brasília – Um grupo do cerca de 50 pessoas participou de uma oficina de danças afro-brasileiras na Fundação Nacional de Artes (Funarte) em Brasília. O ritmo marcante das pisadas e os movimentos de pernas, quadris e ombros, sempre em roda, tomaram conta do espaço. A oficina foi coordenada pelo grupo Ilú Obá de Min - Educação, Cultura e Arte Negra, de São Paulo, que faz atividades pela primeira vez na capital federal.
A oficina fez parte da 6ª edição do Latinidades – Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, que vai até o dia 27 de julho. A programação trata da cultura afro-brasileira na perspectiva das mulheres negras e traz temas como empreendedorismo, economia criativa, cultura e comunicação, com atividades abertas ao público.
A atividade foi ministrada pela professora de dança brasileira Roberta Viana. Os ritmos apresentados na aula de hoje foram o coco e o cacuriá. De acordo com Roberta, ambos são ritmos brasileiros criados no encontro dos africanos, indígenas e europeus. "Essa oficina tem o intuito de mostrar uma cultura que é nossa, mas com os quais as pessoas não tem contato. A gente quer mostrar a riqueza dos nossos ritmos, da nossa dança. São ritmos que contagiam porque estão na gente", explica a professora.
No final da aula, Roberta incentiva os alunos para que pesquisem mais e para que passem para frente o que aprenderam ali. Para os curiosos e dançarinos de primeira viagem, ela explica o significado da roda, elemento comum nas danças: "A roda é o elemento ancestral, tudo é feito em roda, a roda deixa todo mundo igual, todo mundo olha para todo mundo, todo mundo consegue trocar uma energia. Se a roda está aberta, a energia vai embora, se está fechada e todo mundo está ali junto, a energia se mantém e faz o ritmo".
Entre os alunos participantes estavam alguns que já conheciam os ritmos, como Marco Aurélio Moraes. Pela segunda vez, ele participa de uma oficina como esta. A primeira foi na cidade natal, São Luís (MA), há 12 anos. "É muito bonito", diz ele, que trabalha com dança de salão. "Sonho em fazer uma apresentação com ritmos afros, que comece com o samba. E para isso busco sempre aprender todas as técnicas a que quais tenho acesso".
Já Juliana Lopes não pratica nenhuma dança. O primeiro contato com a dança afro-brasileira foi também em um festival, no ano passado. "É muito difícil ter acesso, são danças muito regionais. A batucada é o que mais me chama atenção".
O grupo Ilú Obá de Min é formado, em sua organização, exclusivamente por mulheres. O objetivo principal é a preservação da cultura africana e afro-brasileira, o protagonismo feminino e a manutenção de antigas tradições na região urbana. O grupo é responsável pelo bloco de carnaval que leva o mesmo nome, que desfila nas sextas-feiras antes do carnaval, na capital paulista. Ele é formado por ritmistas, cantoras e o corpo de dança. Este ano, atraiu 13 mil pessoas, segundo o próprio grupo.
Edição: Juliana Andrade
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