domingo, 25 de agosto de 2024

Um Forro no Umbral e conhecendo o talento de Jaci Farias

 Ontem, sábado, 24/08/2024. este que escreve e Allan de Oliveira, escritor e agente cultural, estivemos  participando  da apresentação da peça teatral “Um forró no Umbral”  com o poeta e declamador Jaci Farias no  papel do protagonista principal.

Foi uma noite muito gratificante, tanto pela interpretação do Jaci, como pelo enredo  da história, adaptado de um conto  com temática inspirada nas contradições e hipocrisia de líderes espíritas e membros da comunidade, não diferentes de líderes e fiéis das outras religiões.  Mas não generalizemos, há muito gente realmente sincera e que buscam de fato,  “amar o próximo como a si mesmo” nestas comunidades, tanto nos centros espiritas, como nas religiões de matriz africana e nas igrejas de diferentes denominações, assim como no budismo, no islamismo e etc.. 

Também gostei do ambiente do centro espírita, simples e organizado. Me lembrei do meu pai, José de Deus,  que era espírita e frequentador de um centro  durante alguns anos,  mas que  se afastou por  causa de situações semelhantes  mostradas  na peça, não diferentes do que ele percebeu na igreja católica quando acompanhou um coral de senhoras católicas como professor de canto e maestro. Mas era um homem firme na oração e na leitura dos evangelhos, tanto os escritos pelos quatro evangelistas, como o escrito por Alan Kardec.

Achei uma atitude louvável em matéria de liberdade de opinião crítica, da parte dos líderes da comunidade religiosa que não censuraram a montagem e apresentação do texto. 

No meu caso, gosto de ambientes religiosos assim, por conta da minha  inserção nessa dimensão ter sido  iniciada  e prosseguido ao longo dos anos, nas comunidades eclesiais de base e em grupos católicos ou ecumênicos inspirados pela teologia da libertação.  Embora nos tempos atuais com menor intensidade por causa da pentecostalizacão  do catolicismo.

Um aspecto que não gostei no texto foi a apresentação do forró associado a algo de negativo, até porque a música instrumental escolhida é de boa qualidade . Até entendo que isso movimenta a apresentação da estória, não deixando  perder ritmo e a apresentação ficar tediosa, mas é complicado sob o ponto de vista da alteridade cultural. 

Uma solução possível seria um trilha instrumental estranha, sem ritmo definido, próximo aos filmes de suspensa ou até de terror, embora neste segundo podendo deixar o  clima pesado. E sem o forró,  o nome poderia se chamar uma noite ou festa  no umbral, se bem que festa com música e dança não deve ser necessariamente associada a algo negativo, até porque acredito que seja uma das melhores coisas que existe, tanto  aqui embaixo como lá em cima, não esqueçamos da Jesus e das bodas de caná, assim como da tradição das festas religiosos que existe nas diferentes culturas, inclusive na cultura judaica,  base do cristianismo.

Zezito de Oliveira

Sobre Jaci Farias


 "A maconha que virou incenso de procissão" Aqui

"Todo artista tem de ir aonde o povo está" (Milton Nascimento). E lá estávamos nós poetas Luminosos, no mercado municipal de Irará-Ba, levando poesia ao povo. (Sábado 04/05) aqui 


O livro no qual se baseou a peça pode ser baixado aqui 

Umbral no espiritismo. aqui

Sobre alteridade cultural

Visão geral criada por IA

A alteridade cultural é o reconhecimento de que existem culturas singulares e subjetivas que pensam, agem e entendem o mundo de suas próprias maneiras. A alteridade cultural prevê a valorização das diferenças e não aceita o predomínio de uma cultura ou modo de vida sobre outro. 

A alteridade cultural é importante para a sociedade porque potencializa a tolerância, o interesse genuíno e a compreensão com as pessoas. A alteridade cultural enfatiza o respeito à existência de culturas distintas e a ação de refletir sobre o sofrimento do outro, sem fazer juízos ou atos preconceituosos. 

A palavra alteridade advém do vocábulo latino alteritas, que significa ser o outro. A alteridade é importante nas relações sociais, por exemplo, no combate ao racismo e a diversos outros tipos de preconceito, violência e objetificação contra os seres humanos. 


2 comentários:

Jacifarias.poeta@gmail.com disse...

Em nome do Grupo de Teatro Luz & Arte, agradeço a todos que na noite de 24/08, vibraram conosco na peça "Um Forró no Umbral". Agradecimento especial ao professor Zezito Oliveira pelo relato acima e pela gentileza em prestigiar e divulgar o nosso trabalho.
Gratidão!!!

AÇÃO CULTURAL disse...

Valeu Jaci, estamos juntos!!!