quinta-feira, 20 de junho de 2024

Depois de Angicos/RN, o método de educação de Paulo Freire seria implantado em Sergipe. O Golpe de 1964 impediu que o estado se livrasse do analfabetismo



 Pouca gente sabe que depois da experiência exitosa de alfabetização de 300 adultos em 40 horas em Angicos/RN, ainda no início dos anos 1960, era o estado de Sergipe que iria receber o método de educação desenvolvido pelo professor Paulo Freire. A ideia do hoje patrono da educação brasileira era livrar o menor estado do país do analfabetismo, o que tornaria Sergipe um modelo.

Além de enfrentar o analfabetismo, Paulo Freire também esteve envolvido na criação da UFS de base popular. Ocorre que o trabalho de alfabetização de adultos e o nascimento da universidade só não deu certo por conta do golpe empresarial-militar de abril de 1964. Freire e sua equipe foram perseguidos, presos, torturados e exilados. O analfabetismo permanece altíssimo em Sergipe e a UFS nasceu em 1967 longe das aspirações populares.

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Essa matéria acima dá o que pensar sobre a necessidade de fazermos memória atualizada do que significou a derrota das forças populares que buscavam transformar o Brasil naquilo que o critico literário Roberto Schwartz chamou de um "país irreconhecivelmente inteligente", como também no que foi feito para resistir e avançar, mesmo em em meio a censura e aos riscos de  perseguição, prisão e até torturas e assassinato.

Assim, apesar de tudo que foi feito aqui em Sergipe contra o Movimento de Educação de Base (MEB)  e contra o líder do mesmo, lider nacional, diga-se de passagem, Dom José Vicente Távora, é importante conhecer as iniciativas de resistência tanto naquele tenebrosos tempos, década de 1960 e 1970, seja na Arquidiocese de Aracaju, como na Diocese de Propriá, a partir do aggionamento do então bispo, Dom José Brandão de Castro, a partir de meados dos anos 1960 até 1980 e com reflexos positivos até estes dias, como no exemplo do trabalho do Centro Dom José Brandão de Castro com sede em Aracaju, mas com atuação em todo o estado. AQUI e AQUI 

O "aggiornamento" ou "atualização" de Dom José Brandão de Castro se deu concomitante ao que acontecia com um grande número de prelados católicos que se reuniram no Concilio Vaticano II sob a liderança do Papa João XXIII, entre os anos 1962 a 1965.

De apoiador do golpe militar de 1964 e anticomunista tacanho como permaneceu muitos de seus colegas do episcopado, como  Dom Luciano José Cabral Duarte que venho suceder a Dom Távora após sua morte em 1970, Dom José Brandão se tornou em um dos simbolos  em Sergipe e no Brasil como um destemido bispo aliado da luta dos pobres por justiça social e democracia, dentro dos marcos do proposto nos documentos oriundo do Concilio.

E isso foi feito com a filosofia e o método da educação popular , o qual teve Paulo Freire como um de seus maiores sistematizadores e expoentes. Filosofia de transformação social e das relações humanas baseado na proposta politico-pedagógico de emancipação humana ou libertadora.

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