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quarta-feira, 12 de junho de 2024
Os franceses e quem gosta do melhor da chanson française perde Françoise Hardy aos 80 anos.
LUTO NA CULTURA
Morre Françoise Hardy, ícone da música francesa, aos 80 anos.
Artista que tratava um câncer na faringe desde 2021 chegou a gravar uma versão em francês de "Sabiá" de Tom Jobim e Chico Buarque.
Morreu aos 80 anos, nesta terça-feira (11), a icônica cantora, compositora e atriz francesa Françoise Hardy. A informação foi confirmada por seu filho, o cantor Thomas Dutronc, através das redes sociais.
"Mamãe partiu", escreveu Dutronc junto a uma foto antiga, de quando ainda era um bebê, com sua mãe.
Um dos principais nomes da música na década de 1960, Françoise Hardy tratava de um câncer na faringe desde 2021. A causa de sua morte, entretanto, não foi informada publicamente.
Dona do sucesso o "Tous les garçons et les filles", Hardy, que já se apresentou no Brasil, chegou a gravar uma versão francesa da música "Sabiá", de Tom Jobim e Chico Buarque, com o nome de "A quoi ça sert".
Sucessos e legado
Nascida em 17 de janeiro de 1944, em Paris, Françoise Hardy,é uma das figuras mais icônicas da música francesa. Ela ganhou destaque na década de 1960 como parte do movimento yé-yé, combinando rock and roll com a chanson francesa.
Hardy lançou seu primeiro álbum em 1962, com o sucesso "Tous les garçons et les filles", que a catapultou para a fama internacional. Sua voz suave e introspectiva, aliada a letras melancólicas, distinguiu-a de seus contemporâneos.
Nos anos 1970 e 1980, Françoise Hardy explorou diversos estilos musicais, do folk ao jazz, colaborando com artistas internacionais, com destaque para os álbuns "La question" (1971) e "Décalages" (1988).
Em 2023, foi listada entre as "200 melhores cantores de todos os tempos" pela a revista estadunidense Rolling Stone. Além de sua carreira musical, Hardy também teve influência no cinema e na moda.
A morte da cantora francesa Françoise Hardy, anunciada nessa terça-feira, 11, foi bastante pranteada pela imprensa brasileira, embora ela nunca tenha tido um sucesso no Brasil. Chegou a ser gravada pelos Mutantes. No álbum de estreia do grupo, em 1968, uma das faixas é Le Premier Bonheur du Jour, canção que dá título do segundo álbum da cantora.
Mas esta não é a única ligação de Françoise Hardy com o Brasil. Em 1970, ela teve aulas de violão de Marcelo Melo, do Quinteto Violado que, na época, gravava, na França, Nas Terras do Benvirá, último disco de Geraldo Vandré. Mas foi por pouco tempo. Françoise manteve um relacionamento mais duradouro e influente com a cantora brasileira Tuca (a paulista Valéria Zagni da Silva), que os compatriotas conhecem ainda menos que a francesa.
Tuca esteve em evidência na era dos festivais. Em 1966, no Festival Nacional de Música Popular, promovido pela TV Excelsior, ela defendeu com Airto Moreira a marcha-rancho ,Porta-Estandarte, de Geraldo Vandré e Fernando Lona, que ficou em primeiro lugar no certame. No I Festival Internacional da Canção da TV Rio, no mesmo ano, classificou em segundo lugar Cavaleiro, parceria sua com Geraldo Vandré. Curioso como uma das vozes mais atuantes da MPB nos anos 60 caiu no esquecimento.
Em 1969, com o endurecimento do regime militar, Tuca, gay (foi das primeiras ativistas lbgtqia+ da MPB), de esquerda, saiu do país, e fixou residência em Paris. Talentosa, desinibida, Tuca passou a fazer apresentações pela Europa. Numa temporada no restaurante La Feijoada conheceu Françoise Hardy, que foi assisti-la, e quis gravar uma canção sua, Même Sous la Pluie. Não gravaria naquele, pois a música já estava prometida a outra cantora.
Encetaram uma amizade que desaguaria num dos discos mais elogiados da cantora francesa, La Question, de 1971, das doze faixas apenas duas não são assinadas por Tuca (...) Leia mais em telestoques.com
A relação de Françoise Hardy com o mundo do cinema foi escassa. Em boa verdade, nunca procurou “fazer carreira” nos filmes, mas deixou uma pequena memória audiovisual que importa não esquecer. Aqui
Play list com músicas preferidas de Françoise Hardy pelo editor deste blog. ZdO
Françoise Hardy - Tous Les Garçons Et Les Filles (legendada/ traduzida português)
Fleur de lune
Françoise Hardy - Mon amie la rose (1965)
Le temps de l'amour _ Françoise Hardy
Françoise Hardy - La Question - (Tradução)
"La Question" ("A Pergunta"), canção de bonita melodia e letra belíssima, de grande profundidade.👆 Lembrança do amigo Luis Joacy
¨¨Eu ouço a Hardy desde 2014. Gosto da voz e do tom melancólico das músicas dela. Não sabia que havia participação de uma brasileira nesse seu disco.
Eu sabia que ela enfrentava uma doença, e até se posicionou a favor da eutanásia. Ela foi a vida toda muito discreta. Uma grande perda.¨¨
Marcos Soares em resposta a essa postagem no whatsapp
"O falecimento de Françoise Hardy constitui a perda de uma magnífica cantora cujo talento ultrapassou fronteiras mesmo nos países de língua espanhola. Isto é testemunhado pelas capas de revistas antigas, pelos artigos que exploraram a sua carreira musical e a sua vida privada, pelos discos que chegaram a ser comercializados graças a empresas discográficas nacionais ou locais, etc.
Conheci a existência de Françoise Hardy em 2013 graças ao livro "1001 músicas que há ouvir antes de morrer" publicado pela editora Grijalbo que recomendou o seu primeiro sucesso musical, "Tous les garçons et les filles", e uma adorável fotografia monocromática de Françoise. E desde então, muitas das suas músicas sublimes e álbuns - especialmente "La question", "If you listen", "Entracte" e "Message personnel" - acompanharam-me ao longo dos anos: nos momentos felizes da minha existência, nos momentos de incerteza e desastre, nos escritórios agitados onde trabalha, em as viagens tumultuosas nos transportes públicos e na solidão do meu estúdio.
Por isso, a morte de Françoise Hardy significa uma perda inestimável que ainda não terminei de assimilar. Até sempre, Françoise! Seus seguidores nunca serão esquecidos! Seus álbuns e músicas vão durar por muitos anos e novos seguidores vão revalorizar você!"
Em 2018, Françoise Hardy foi procurada por um casal de americanos que, no inicio dos anos 60 possuíam, um café no Village, em Nova Iorque. Um jovem, e ainda pouco conhecido, artista de folk music, costumava passar horas escrevendo no café. Era Bob Dylan. O casal guardou alguns desses escritos. Entre os papéis havia rascunhos de cartas para a cantora francesa Françoise Hardy, paixão platônica de Dylan que lamentava não poder conhecê-la pessoalmente, pela distância que os separavam.
Bonita, carismática, elegante, de visual andrógino, muito antes de virar moda, e ar aristocrático, embora viesse de família de poucas posses, Françoise Hardy, estourou nas paradas francesas, em1963, com 18 anos. Tornou-se estrela pop da noite para o dia, com canções suaves e melancólicas. Confessava que sua voz era limitada, e que o motivo de sua longeva carreira devia-se ao talento para escolher repertório.
Em 1964, Bob Dylan revelou publicamente seu interesse por Françoise Hardy publicando na contracapa do seu álbum de 1964 um poema escrito para sua musa francesa. Dylan a conheceria pessoalmente na passagem por Paris da histórica e polêmica turnê europeia de 1966.
A cantora detalha o encontro e sua autobiografia. Em 1966, Bob Dylan se apresentou pela primeira vez em Paris. Françoise Hardy era fã e ficou ansiosa pra ver o show. Estava na plateia, e não gostou da primeira parte do concerto. Houve um intervalo, e alguém chegou pra ela e lhe disse que Dylan avisou que só voltaria ao palco e Françoise Hardy fosse até seu camarim. Ela foi, e a impressão não foi das melhores: “Fiquei assustada com a magreza dele, seu rosto cadavérico, e suas unhas demasiadamente compridas. Era óbvio que ele estava metido em problemas, e quase morre pouco depois num acidente de motocicleta do qual levou meses para se recuperar
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