domingo, 9 de junho de 2024

O AMOR É UM GRANDE LAÇO, QUE DESATA TODOS OS NÓS - ALELUIA! - PROFECIA EXIGE DISSENSO. Chico Alencar, Pe.Anderson Gomes, Marcelo Barros, Pe.Júlio Lancellotti & Zezito de Oliveira (seleção musical).

 

Chico Alencar

(breve reflexão para cristãos ou não)

Nesses tempos de tanto ódio, irracionalidade e agressão, o Evangelho lembra que Jesus foi considerado "louco" e "endemoniado" pelos "doutores da lei". E até por seus parentes! (Marcos 3, 20-35).

Desde sempre, praticar a justiça, doar-se aos outros, não apegar-se e não acumular bens materiais é ir na contramão de um sentimento egoísta e individualista que predomina no ser humano e nas relações sociais: "nascemos egocentrados, este é o pecado original", ensinou e praticou o místico trapista e escritor Thomas Merton (1915-1968).

Pecado vem do latim 'peccatus', que quer dizer trava, limite, tropeço. Jesus diz que o único pecado insanável é aquele contra o Espírito Santo. É, prisioneiro do "ter", da possessividade, não enxergar as dádivas da vida, a beleza do outro, o encantamento do mundo. Pecar contra o Espírito é viver na negação, nas sombras, na raiva doentia e no medo. 

É ficar amarrado no pecado social (sempre também individual) da apropriação indébita do que é de todos (terra, bens de destinação coletiva, até praias...), do orgulho autocentrado e da volúpia destruidora da natureza pelo afã do lucro. 

"Blasfemar" é apequenar-se na neurose da percepação do outro como competidor, inimigo. Como "estorvo" a ser abatido, eliminado, invisibilizado, sem perceber que destruir o semelhante é se autodestruir ("uma casa dividida sobre si mesma não se sustenta").

Diante de tanto preconceito, ignorância e incomprensão, Jesus, sentindo com-paixão pela multidão que o buscava, radicaliza (isto é, vai à raiz da questão) com os soberbos que o "satanizavam": "meu pai, minha mãe e meus irmãos são os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática".

A Palavra de Deus ressoa no vento, no claro do dia, no escuro da noite, no gesto de ternura, na formiguinha do caminho e na imensidão do mar e das florestas. 

A Palavra de Deus nos interpela no rosto de tanta/os irmã/os necessitada/os, massacrados por carências e guerras genocidas, açoitados pela nossa indiferença cotidiana.

A Palavra de Deus é uma só, ampla, planetária, universal: AMOR. 

"Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura. (...) E o diabo não há: o que existe é homem humano. Travessia" 

(Guimarães Rosa, Grande sertão: veredas, 1956) 

Como anda nosso amor, nossa travessia?

Artes das irmãs de fé e luta Isabel (BH) e Valéria (RJ), louvando a Deus.








Hallelujah - Shona McGarty leva o clássico de Leonard Cohen para 'The Fourth, The Fifth' !

 Letra Aleluia

 Agora eu ouvi que havia um acorde secreto

 Que Davi tocou, e agradou ao Senhor

 Mas você realmente não se importa com música, não é?

 É assim, o quarto, o quinto

 A menor queda, o maior levantamento

 O perplexo rei compondo "Hallelujah"


 [Refrão]

 Aleluia, Aleluia

 Aleluia, Aleluia


 [Verso 2]

 Sua fé era forte, mas você precisava de provas

 Você a viu tomando banho no telhado

 Sua beleza ao luar te derrubou

 Ela te amarrou em uma cadeira da cozinha

 Ela quebrou seu trono e cortou seu cabelo

 E de seus lábios ela desenhou o Aleluia


 [Refrão]

 Aleluia, Aleluia

 Aleluia, Aleluia


 [Verso 3]

 Você diz que eu peguei o nome em vão

 eu nem sei o nome

 Mas se eu fiz, bem, realmente, o que é isso para você?

 Há uma chama de luz em cada palavra

 Não importa o que você ouviu

 O sagrado ou o quebrado Aleluia


 [Refrão]

 Aleluia, Aleluia

 Aleluia, Aleluia


 [Verso 4]

 Eu fiz o meu melhor, não foi muito

 Eu não conseguia sentir, então tentei tocar

 Eu disse a verdade, não vim para te enganar

 E mesmo que tudo tenha dado errado

 Eu estarei diante do senhor da música

 Com nada na minha língua, mas aleluia

Aleluia!

Pe. Anderson Gomes

Rios de Água viva jorrarão: as oblatas, frutos da terra, pão / vinho e água, nave da Igreja: sentido Oriente...Altar e Mesa. O centro do Evangelho é a Infância espiritual, a Criança quando colocada no meio dos adultos no templo concretiza a Palavra que sai da boca de Deus, Cristo Palavra corta (polda e limpa) a nossa velha roupa (antiga e ínfima condição babilônica) no Jardim do Altar de Deus não mais choramos pelo vazio de sermos sem fim numa travessia cansativa e mortal. 

Na Aliança Eterna do Sacrifício do Filho reina o Amor, a elevação, a dádiva, o olhar para o Alto. Dos pés lavados dos discípulos nasce a Eucaristia naquela quinta trêmula: de tédio e dádiva. Traição e baquete esponsal. Avental, mesa, partilha sem volta. Ele com os Pés lavados por nós, deixe ela lavar os meus pés! (Lc 7,36). 

Na sexta o véu se abre no Céu. Cai por terra o sangue dos cordeiros israelitas, agora o Cordeiro que funda a Casa de Israel une céu e terra. Unifica divino e humano. No sábado: Silêncio (a espada que perpassa a alma do amor no Amor) e a terra canta: aleluia! O nome nosso é domingo: ressuscitou, aleluia. Aleluia para dissipar as trevas da mentira, do ódio, das gerações tão necessitadas de amor e respeito, nossos amigos e familiares que se consomem pelos projetos sem sentido. Aleluia para curar a todos nós dessa travessia do escândalo dos corpos queimados vivos, aleluia para ajudar os meninos que nascem e as meninas a terem dignidade. Aleluia para exorcizar todas as lideranças do delírio vazio do poder que leva ao caminho sem volta do vazio. Aleluia pelo Rio Grande do Sul e aleluias pelos oligarcas que querem privatizar as águas do mar e dos rios, aleluia pelo corpos jogados nas ruas, aleluia pelas parturientes que choram na chuva da noite no mundo que insiste no caminho do anti-reino, aleluia pelos seres humanos que vagam nessas costas que desabam pela falta de humanidade dos ditos poderosos, aleluia meu canto é aleluia pelos que são dissipados pela sua condição social, classe, raça, religião ou opção sexual. Aleluia é meu estupor de liberdade pelo mundo que padece de afetos e sonhos. Aleluia pelos jovens que são vítimas das fakes e dos virulentos meios sociais, aleluia pelos templos sem sabor de Céu, reféns do oco que padecem. Precisamos cantar a aleluia no mundo. Aleluia é uma palavra sem origem, alfa e ômega,  e que funda toda nossa vida. 

Depois de um dia cantando aleluia, ungindo e meditando a vida, reencontrando rostos tão caros, me recolho no meu canto interior despido das minhas palavras avessas do meu amor e da minha arrogância vazia. Os amantes são sempre trovadores de um amanhã melhor. Volte meu Jesus. Volte à consciência do mundo, volte nas famílias, volte dentro das Igrejas, volte no meio da praça e das paqueras e dos paqueras. Volte e nos ensine a cantar cantigas de ninar para nossas crianças e pais e quando estiver dolorosa a travessia te peço: deite no meu colo que te farei descansar cantando aleluia, glória, amor, paz, perdão aos violentos e sanguinários: cure Jesus o coração do humano cheio de tanto delírio e de tanto vazio. Tenho fome de justiça!

Encerro lembrando de Zefita, um corpo franzino e foi aleluia e cito seu parente: ela ensinava a amar, amando. O lugar do amor é a Alma e quando o corpo dos nossos descansar a gente continue tendo fé e cantando: Aleluia, Brasília , aleluia Gaza, aleluia Timor Leste, Aleluia Ucrânia, Aleluia Igrejas, parlamentos, democracias, famílias e humanidade, Aleluia! 

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Aleluia na wikipédia - É um grito de louvor de origem judaica, e em cultos e orações da maioria dos cristãos.[1][2] A forma latina da palavra Aleluia é usada em muitos idiomas tanto por protestantes como por católicos em preferência à forma HalleluJah.

A palavra HalleluJah é usada no Judaísmo como parte das orações de Hallel. A palavra Aleluia aparece 24 vezes no Antigo Testamento da Bíblia cristã, que corresponde grosso modo aos conjuntos de livros Tanach (TorahNeviim e Kethuvim) do Judaísmo. O termo é usado para iniciar e/ou concluir os Salmos (em hebraico תהלים, Tehillim), com exceção do Salmo 135:3.[1] Aleluia aparece junto com a palavra "amém" no Salmo 106:48.

A palavra Aleluia aparece quatro vezes no Novo Testamento, no livro do Apocalipse de São João, transliterado em grego como Αλληλούια.

Etimologia

Uma transliteração do termo hebraico הַלְלוּיָהּ (Halləluyahebraico padrão ou Halləlûyāh tiberiano), cuja primeira parte é "Hallelu" (הַלְּלוּ), que significa "Louvai! Adorai!" ou "Elogio"; e a segunda parte "Yah" (Jah) (יָהּ), uma forma abreviada do nome de Deus.[1] Yah constitui a primeira metade do Tetragrama הוהי, (YHWHIHVHJHVH), o nome do Deus da Bíblia, pronunciado em português como Javé ou Jeová.[3] Yah escreve-se com as letras yod (י) e he (ה), respectivamente a décima e a quinta letra do alfabeto hebraico.

Cultura popular

Na Cultura popular "Aleluia" é dita muitas vezes com caráter cômico, quando ocorre algo bom contrário à ordem normal dos acontecimentos, caracterizado como um "milagre". Em filmes, séries e novelas muitas vezes a primeira parte da canção O Messias de Händel, composta por várias aleluias é tocada.

X Domingo comum:  Mc 3, 20- 35. - Profecia exige dissenso

Marcelo Barros

                 Neste X Domingo do tempo comum, o texto que o lecionário nos oferece hoje, Marcos 3, 20 – 35, fecha o ciclo das primeiras atividades públicas de Jesus na Galileia. Neste evangelho, depois de enfrentar teólogos e religiosos, o vemos na casa, onde por um tempo morou. Ele abriu sua casa à multidão. 

Para a comunidade do evangelho de Marcos, nos anos 70 do primeiro século, era, certamente, um grande desafio abrir as Igrejas domésticas às pessoas mais diversas. As comunidades tinham muita dificuldade de se abrir a outras culturas e outras religiões, assim como não ligavam a fé com o compromisso social e político de transformar o mundo. Nas Igrejas, isso era herança do Judaísmo daquela época. Para se defender das influencias da cultura greco-romana, os mestres da sinagoga insistiam em salvaguardar uma espiritualidade étnica que chegava a ser racista e considerava as pessoas de outras raças e religiões como pagãs e condenadas por Deus.  Para tomar posição nesse conflito, o evangelho lido nesse domingo mostra as tensões que Jesus enfrentou com os religiosos do templo e com a sua própria família. 

A sociedade de Jesus era organizada a partir da relação de parentesco. Naquela cultura, para salvar a honra familiar, os parentes deveriam fazer qualquer coisa para evitar que Jesus fosse mal falado pelo povo e mal visto pelos religiosos. Por isso, a mãe e a família de Jesus concordavam com os fariseus, professores da Bíblia e pessoas influentes na sinagoga que não aceitavam abrir a comunidade e compreender a fé para além da cultura judaica. 

Achavam que Jesus transgredia tanto os costumes vigentes, que parecia ter perdido a capacidade de raciocinar. Parecia estar fora de si. Precisava ser contido. Sua mãe e seus irmãos foram buscá-lo com a intenção de contê-lo. Por isso, o texto diz que “os seus queriam se apoderar dele” (v. 21). O verbo grego usado é o mesmo com o qual, no relato da paixão, o evangelho diz que os guardas prenderam Jesus. O pensamento da família era fazer Jesus desistir da sua missão perigosa, não apenas para protegê-lo e sim para salvaguardar a própria honra familiar. O evangelho diz que a mãe e os seus irmãos vieram buscá-lo, mas ficaram fora da casa, de pé, ao contrário do grupo dos discípulos e discípulas que se colocavam dentro e sentados ao redor de Jesus para escutá-lo e segui-lo. Conforme o quarto evangelho, escrito muito tempo depois, a mãe de Jesus acaba por se converter e aderir ao grupo de Jesus e estará ao pé da cruz junto com o discípulo amado. Mas, é bom descobrirmos que até Maria teve de se converter, aceitar mudar de postura e se abrir. 

 O evangelho de Marcos liga a atitude dos familiares de Jesus que querem prendê-lo à postura dos teólogos e intelectuais do templo que vieram de Jerusalém para investigar Jesus. Os familiares diziam que Jesus, estava desequilibrado e fora de si. Os escribas deram a interpretação religiosa. Afirmaram que Jesus estava agindo pelo poder do diabo. O evangelho mostra que essas duas correntes religiosas se unem: A cultura tradicional da sociedade, representada pelos familiares de Jesus e o judaísmo rabínico fechado dos professores e intelectuais do templo. 

Ao contrário dessas duas tendências, Jesus escolheu o grupo dos doze para iniciar um caminho novo, aberto a todos e todas. A Igreja não pode legitimar a família patriarcal e não deve se comportar como seita. Na Igreja, as refeições têm de ser abertas a todos e todas. A ceia de Jesus não pode suportar sistema de apartheid, no qual há pessoas que, por serem consideradas pecadoras, não podem participar da comunidade. Isso atenta diretamente contra a palavra de Jesus e o seu evangelho, aberto a todos e todas. Ao comer com gente considerada de má vida, Jesus insistia: eu não vim para os justos e sim para os pecadores. 

Jesus, normalmente tão aberto e mais do que compassivo com todo tipo de fraqueza humana, é extremamente duro com o pecado propriamente religioso. Jesus não suporta o pecado da virtude, a santidade arrogante, a religião desamorosa e insensível ao projeto divino da fraternidade humana.

 Esse evangelho diz que a religião tradicional, presa à sua própria verdade nunca aceitará passos de abertura para o mundo, cuidado com a Terra e espiritualidade de acolhida do diferente, como o papa Francisco propõe na Laudato si e na Fratelli Tutti. Isso não é concebível para uma religião dogmática que separa o profano e o sagrado e se coloca como proprietária do que é de Deus. Por isso, Jesus diz: Para esse tipo de pecado, não há perdão. É o que ele chama enigmaticamente de “pecado contra o Espírito Santo”. Trata-se do pior tipo de idolatria: a religião ritualista, a absolutização do sagrado, separado da vida, o pecado que consiste em não aceitar a diversidade humana, cultural e religiosa. 

Todos (as) nós podemos cair nisso quando criamos um Deus à nossa imagem e semelhança. Não podemos testemunhar um Deus mesquinho e pouco amoroso. Em outro momento do evangelho, Jesus diz que muitos religiosos do seu tempo fechavam a porta da casa de Deus para os outros e eles mesmos ficavam fora (Mt 23, 13)

Ainda hoje, nas comunidades, esse cenário se repete. Há as pessoas que não fazem parte da caminhada. Olham “de fora e como em postura que o evangelho cita como “em pé”. Graças a Deus, há aquelas que, mesmo sem às vezes, entender tudo, se colocam na postura de discípulos e discípulas, em torno do mestre, sentadas no círculo da comunidade, para escutar a Palavra e praticá-la na construção do projeto divino no mundo. 

Em nossos dias, católicos e evangélicos tradicionalistas vivem em contínua cruzada contra quaisquer tentativas de abrir a fé para as outras culturas e para as pessoas diferentes, sejam religiosas de outras tradições, sejam de outra orientação sexual. Que Deus nos dê a graça de sermos irmãos e irmãs da comunidade nova e universal de Jesus, pessoas abertas a todos e todas e ao cuidado com a Mãe-Terra.  

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Poema do Menino Jesus - Maria Bethânia - Fernando Pessoa

Num meio-dia de fim de primavera
Eu tive um sonho como uma fotografia
Eu vi Jesus Cristo descer à Terra
Ele veio pela encosta de um monte
Mas era outra vez menino, a correr e a rolar-se pela erva
A arrancar flores para deitar fora, e a rir de modo
A ouvir-se de longe
Ele tinha fugido do céu
Era nosso demais pra fingir-se de Segunda pessoa da Trindade
Um dia que Deus estava dormindo
E o Espírito Santo andava a voar
Ele foi até a caixa dos milagres e roubou três
Com o primeiro, ele fez com que ninguém soubesse
Que ele tinha fugido
Com o segundo, ele se criou eternamente humano e menino
E com o terceiro, ele criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras
Depois ele fugiu para o Sol e desceu
Pelo primeiro raio que apanhou
Hoje ele vive na minha aldeia, comigo
É uma criança bonita, de riso natural
Limpa o nariz com o braço direito, chapinha nas poças d'água
Colhe as flores, gosta delas, esquece
Atira pedras aos burros, colhe as frutas nos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães
Só porque sabe que elas não gostam
E que toda gente acha graça
Ele corre atrás das raparigas
Que levam as bilhas na cabeça e levanta-lhes a saia
A mim, ele me ensinou tudo
Ele me ensinou a olhar para as coisas
Ele me aponta todas as cores que há nas flores
E me mostra como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão e olha devagar para elas
Damo-nos tão bem um com o outro na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro
Vivemos juntos os dois com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda
Ao anoitecer nós brincamos
As cinco pedrinhas no degrau da porta de casa
Graves, como convém a um Deus e a um poeta
Como se cada pedra fosse todo o Universo
E fosse por isso um perigo muito grande deixá-la cair no chão
Depois eu lhe conto histórias das coisas só dos homens
E ele sorri, porque tudo é incrível
Ele ri dos reis e dos que não são reis
E tem pena de ouvir falar das guerras e dos comércios
Depois ele adormece e eu o levo no colo
Para dentro da minha casa, deito-o na minha cama
Despindo-o lentamente, como seguindo um ritual
Todo humano e todo materno até ele estar nu
Ele dorme dentro da minha alma
Às vezes ele acorda de noite, brinca com meus sonhos
Vira uns de pena pro ar, põe uns por cima dos outros
E bate palmas, sozinho, sorrindo para o meu sonho
Quando eu morrer, filhinho, seja eu a criança
O mais pequeno, pega-me tu ao colo
Leva-me para dentro a tua casa
Deita-me na tua cama
Despe o meu ser, cansado e humano
Conta-me histórias caso eu acorde para eu tornar a adormecer
E dá-me sonhos teus para eu brincar


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